terça-feira, 23 de dezembro de 2014

FRUTA CHOCOLATE

No sítio, Valdemir Mota de Menezes vai plantar uma árvores desta para sua coleção.


TOCOYENA BULLATA
FAMÍLIA DAS RUBIACEAS

FLORES
FRUTO CORTADO

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: FRUTA CHOCOLATE, o nome indígena e significado não foi descoberto. Também recebe os nomes de Araçá da praia, Bacochi e Genipapo preto.

PAGINA EM CONSTRUÇÃO
ORIGEM:Nativa e endêmica da floresta litorânea de restinga, ocorrendo desde o estado da Bahia até São Paulo, Brasil. Mais informações no link:http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil/ConsultaPublicaUC/BemVindoConsultaPublicaConsultar.do

CARACTERISTICAS: Arbusto ou arvoreta ramificada de 1 a 3,5 m de altura, com caule único ou múltiplo, liso e acinzentado. Os ramos novos são tomentosos (coberto de lanugem). Esta espécie é facilmente identificada por se observar as folhas grandes e buladas (como se fosse bolhas). As folhas são simples, opostas, cartáceas (como cartolina), oblonga (mais longa que larga) a ovado-lanceolado (com forma de ovo e ponta de lança), medindo 12 a 20 cm de comprimento por 6 a 10 cm de largura; a base é obtusa ou cuneada (forma de cunha) e ápice acuminado (com ponta longa). Entre a inserção das folhas existem estipulas (tipo de folha modificada) deltóide (forma de delta), medindo 8 a 20 mm de comprimento por 6 a 13 mm de largura. As flores surgem em cachos curtos com 8 a 20 flores com tubo longo e fino de cor amarelada com 5 lobos assimétricos (com formato desigual) e revoluto (enrolado) medindo 3 a 4 cm de comprimento. Os frutos são bagas de 4 a 6 cm de comprimento por 3 a 4 cm de largura, de cor verde pintadinha de branco, ficando negro quando maduro, tendo no seu interior inúmeras sementes envoltas em polpa preta com gosto de chocolate.  

DICAS DE CULTIVO: Planta que se adapta a diversos tipos de clima e solo. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 800 m de altitude. Os índices de chuvas podem variar de 1.200 a 2.500 mm anuais, com a umidade do ar variando de 55 a 90%. A planta é rústica e desenvolve-se bem em terrenos arenosos, argilosos e até pedregosos, pobres ou ricos em fertilidade natural, rasos ou profundos, podendo ser secos ou bastante úmidos; com pH variando de 4,5 a 6,2. É espécie resistente a geadas de até - 3 graus e a períodos de seca de 4 a 6 meses, suportando também um breve período de encharcamento do solo. Começa a frutificar com 2 a 3 anos de idade.

MUDAS: Suas sementes são castanhas, achatadas e discóides. Devem ser colhidas de frutos maduros e lavadas em água corrente sobre uma peneira, depois secar ao sol por 4 horas. Após estarem secas, podem ser armazenadas por até 2 anos em embalagens escura, mantendo 60% de seu poder germinativo. Semear diretamente em saquinhos individuais de 17 por 22 cm, contendo o seguinte substrato: 1 parte de terra vermelha de superfície peneirada, 1 parte de húmus de minhoca ou composto orgânico bem curtido e 1 parte de areia saibro peneirada. Após os ingredientes serem misturados preencha as embalagens e cubra as (2 as sementes) com 1 cm de substrato. A irrigação deve ser feita todos os dias e a germinação é quase 100% e ocorre em 35 a 85 dias. As mudas atingem 30 cm de altura com 9 a 10 meses após a germinação, quando já podem ser plantadas em local definitivo. 

PLANTANDO: Cultivar em pleno sol num espaçamento 3 x 3 m no meio de outras arvores, ou 4 x 4 m quando em campo aberto. As covas devem ter dimensões de 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 20% de areia saibro + 40% de matéria orgânica aos 30 cm de terra da superfície da cova, 500 g de calcário e 1 kg de cinza de madeira, deixar curtir por 2 meses. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover. Essa espécie pode ser cultivada em vasos de 50 cm de altura por 40 cm de diâmetro, contendo o mesmo substrato indicado para mudas acima.

CULTIVANDO: A planta cresce moderadamente e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se fazer capinas periódicas para que o mato não sufoque a planta. Fazer podas de formação eliminando os ramos que nascerem na base do tronco e os galhos voltados para baixo ou os cruzados para interior da copa. Adubar com composto orgânico, pode ser 2 pás de cama de frango + 30 g. de N-P-K 10-10-10 distribuídos em círculos à 5 cm de profundidade e distanciados 20 cm do caule. É uma espécie muito resistente a pragas e doenças.

USOS: Frutifica em julho a agosto. Os frutos são saborosos e tem sabor de chocolate e são bem agradáveis para o consumo in-natura. A árvore é caducifolia (perdendo as folhas no fim do inverno, florindo sem folhas) e de porte reduzido e por isso serve muito bem para ser cultivadas em grandes jardins ou praças por causa da beleza das folhas e flores. Essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos da restinga, pois a planta tem frutificação precoce de frutos alimentam a fauna em geral no período do inverno.

QUIABO

Valdemir Mota de Menezes, gosta muito de "quiabada", prato típico do nordeste.Como plantar quiabo
Quiabo
Quiabo - imagem original: Bob Richmond - Licença Creative Commons

Clima

O quiabo é cultivado principalmente em regiões tropicais, crescendo bem apenas em temperaturas acima de 20°C. Em regiões sujeitas a temperaturas mais baixas, o quiabo pode ser cultivado em estufas.

Luminosidade

A planta necessita de boa luminosidade, com pelo menos algumas horas diárias de luz solar direta.
Quiabeiros com flor
O quiabeiro tem flores grandes e vistosas - imagem original: Seth Vidal - Licença Creative Commons

Solo

Cultive o quiabo em solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica. O pH ideal do solo está entre 6,0 a 6,5.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. Plantas adultas são tolerantes a períodos de seca.
Muda de quiabo
Muda de quiabo - imagem original: Wei Tchou - Licença Creative Commons

Plantio

Deixe as sementes em um recipiente com água por um dia para apressar a germinação, que ocorre então em aproximadamente uma semana. Sementes plantadas diretamente podem levar mais de três semanas para germinar.
O plantio pode ser realizado diretamente no local definitivo ou as sementes podem ser plantadas em pequenos vasos, copos de plástico ou saquinhos, e transplantadas quando atingem de 10 a 15 cm de altura.
Quiabeiros ainda jovens
Quiabeiros ainda jovens- imagem original: shoelessruth - Licença Creative Commons

Tratos culturais

Alguns horticultores realizam podas para ramificar ou para revigorar o quiabeiro. Outros horticultores não realizam nenhum tipo de poda.
Dependendo do cultivar e das condições ambientais, o quiabeiro pode ultrapassar 2 m de altura.
Quiabo vermelho
Cultivar de quiabo vermelho - imagem original: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - Licença Creative Commons

Colheita

A colheita dos quiabos normalmente começa entre 60 a 80 dias depois do plantio, e pode continuar por alguns meses em boas condições de cultivo.
O quiabo deve ser colhido quando está bem desenvolvido, mas ainda tenro, com uma tonalidade brilhante, o que ocorre geralmente 6 ou 7 dias depois da polinização e início da formação do fruto. Maduro, o quiabo pode se tornar fibroso.

GENGIBRE

Valdemir Mota de Menezes gosta de chá de gengibre.

                           Como plantar gengibre

Gengibre
Gengibre - imagem original: Thomas Won - Licença Creative Commons
O gengibre Zingiber officinale é uma erva perene que atinge até 1,5 m de altura. Seus rizomas são muito usados para fins medicinais e como especiaria, especialmente na culinária de países asiáticos. Os rizomas são usados frescos, secos, em pó, cristalizados ou em conserva, em pratos doces e salgados. Seu chá é popular como bebida na China, Coreia e alguns outros países. Também é usado em bebidas alcoólicas como o quentão brasileiro e as cervejas de gengibre, e no oriente médio é popular como especiaria no leite ou no café. O gengibre também é frequentemente cultivado em jardins tropicais como planta ornamental.
Planta do gengibre
O gengibre atinge até 1,5 m de altura - imagem original: Damien Boilley - Licença Creative Commons

Clima

O gengibre é uma planta de climas subtropicais e tropicais, podendo ser cultivado na faixa de temperatura indo de 17°C a 35°C. A planta prefere alta umidade relativa do ar. Em climas um pouco mais frios, o gengibre pode ser cultivado nos meses quentes do ano, precisando de proteção nos meses em que há temperaturas mais baixas.

Luminosidade

Cultive em sombra parcial ou com luz solar direta.
Vaso com muda de gengibre
Vaso com muda de gengibre - imagem original: Maja Dumat - Licença Creative Commons

Solo

O solo deve ser bem drenado, leve, fértil e rico em matéria orgânica. O pH ideal do solo está entre 5,5 e 7, mas a planta tolera um pH entre 4,3 e 7,5.

Irrigação

Enquanto a planta está crescendo, irrigue com frequência para que o solo seja mantido sempre úmido, mas nunca encharcado. Quando as folhas começam a amarelar diminua a frequência das irrigações. Se não for feita a colheita, quando a planta estiver dormente suspenda totalmente a irrigação, voltando a irrigar quando os brotos surgirem.
Gengibre com broto
Rizoma de gengibre com broto - imagem original: Maja Dumat - Licença Creative Commons

Plantio

O plantio é feito com pedaços de rizomas (chamados de gomos) de 3 a 5 cm de comprimento. Os gomos ou pedaços de rizoma, com uma ou duas gemas cada, são plantados no local definitivo da plantação a até 5 cm de profundidade, ou em canteiros e vasos, sendo então transplantados depois de um mês, quando as mudas têm aproximadamente 3 cm de altura.
O espaçamento entre as plantas pode ser de 70 a 90 cm entre as linhas de plantio e de 30 a 50 cm entre as plantas, mas muitos usam outros espaçamentos. Diminuir o espaçamento entre as plantas aumenta a produção, mas dificulta a colheita, que geralmente acaba danificando os rizomas. Por outro lado, em lavouras mecanizadas o espaçamento normalmente é maior, e o plantio é feito com linhas duplas no espaçamento de 1,3 m x 50 cm x 20 ou 30 cm.
O gengibre também pode ser cultivado em vasos grandes. Em regiões de inverno frio, o plantio em vasos é o ideal em plantações domésticas, deixando o vaso dentro de casa durante os meses frios do ano.

Tratos culturais

Retire com cuidado as plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos, de forma a não danificar os rizomas do gengibre.
Os rizomas não devem ficar expostos, sendo necessário amontoar terra sobre estes se for verificado que isso está começando a ocorrer. Amontoar terra junto as plantas também pode ajudar a manter as hastes das folhas eretas.
Plantas inteiras do gengibre
Plantas com rizomas - imagem original: Sengai Podhuvan - Licença Creative Commons

Colheita

A colheita do gengibre pode ocorrer de 7 a 12 meses após o plantio, quando as hastes e folhas começam a ficar amareladas. As plantas podem ser arrancadas com cuidado a mão ou a terra pode ser revirada, por exemplo, com forquilhas, para expor os rizomas, que são então lavados e deixados secar por um ou dois dias.
Em plantações domésticas, não é necessário colher a planta inteira. Uma parte do solo pode ser escavada em torno da planta, de forma a expor um pedaço do rizoma. Este é colhido, deixando o resto da planta intacta para continuar seu crescimento. Desta forma a planta pode viver por vários anos, sem necessidade de replantio. Em plantações comerciais o gengibre é cultivado anualmente.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

IRRIGAÇÃO COM MATERIAL RECICLÁVEL - ESCRIBA VALDEMIR

Há vários métodos de fazer um sistema de irrigação caseiro. Achei este video na internet e estou publicando, porque tudo contribui para o bem da ciência. Os pobres são criativos e sabem usar o material que tem em mãos para proveito próprio. (Agricultor Valdemir Mota de Menezes)

PRAGAS E DOENÇAS DA PUPUNHA - ESCRIBA VALDEMIR

Na Amazônia, a principal praga é a abelha-de-cachorro, também conhecida como arapuá (Melipona ruficrus), que durante a floração destrói as flores e os botões florais, reduzindo a produção. A medida de controle recomendada consiste na eliminação dos ninhos, geralmente encontrados na capoeira e na mata das proximidades.
A pupunheira também é atacada por lagartas esverdeadas, que têm o hábito de enrolar os folíolos para se alimentar e se proteger de seus inimigos naturais. Para controla-las, usam-se inseticidas fosforados, na concentração de 1g do produto comercial para 1 litro de água.
Como principais doenças incluem-se a antracnóse (manhas nas folhas), causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, e a podridão-negra-dos frutos ocasionada inicialmente pelo fungo thielaviopsis paradoxa, em sua forma imperfeita, e pelo Ceratocytis paradoxa, na forma perfeita.
O controle deve ser feito a partir da formação de mudas no viveiro e no início da floração, continuando no decorrer da frutificação, principalmente na época da umidade excessiva, com pulverizações com produtos à base de cobre.

PUPUNHA E SEU BENEFÍCIO ECOLÓGICO - ESCRIBA VALDEMIR

Valdemir Mota de Menezes é produtor de pupunha no vale do ribeira.
Bactris gasipaes Kunth, conhecida pelos nomes comuns de pupunha, pupunheira e pupunha-verde-amarela, é uma planta da família Arecaceae (antiga Palmae). Pode crescer até 20 m e é originária das florestas tropicais do continente americano. É muito conhecida e consumida pelas populações nativas da América Central até a Floresta Amazônica, sendo há séculos utilizada na sua alimentação.
Os frutos são frequentemente consumidos depois de cozidos em água e sal ou na forma de farinha ou óleo comestíveis. Contudo, também podem ser matéria-prima para a fabricação de compotas e geleias.
Existe uma grande variedade de aves que se alimentam da pupunheira silvestre, principalmente as araras, os papagaios e os periquitos (Psittacidae), os quais, ocasionalmente, podem ser espécies endêmicas com risco de extinção.
No Brasil, essa planta é uma solução viável para a indústria palmiteira porque apresenta características agronômicas adequadas para a substituição, com vantagens, de outras palmeiras nativas, como o açaí (Euterpe oleraceae) e a juçara (Euterpe edulis), que são exploradas de forma extrativista e predatória e, por isso, apresentam restrições legais e risco de extinção. O mercado interno brasileiro de palmito é cerca de cinco vezes maior do que o externo, que, no entanto, apresenta uma demanda crescente, devido ao crescento uso do produto na culinária internacional. O cultivo da pupunha é economicamente importante também para a Costa Rica.

domingo, 14 de dezembro de 2014

PALMITO LA CIMA - ESCRIBA VALDEMIR

La producción de de palmito está en aumento en Brasil, Brasil es el mayor productor y consumidor de palmito del mundo. Valdemir Mota de Menezes produce pupuña en la región llamada valle del río, en San Pablo/Brasil.


 
PALMITO LA CIMA - ESCRIBA VALDEMIR por videosfavoritesescribe

PÉ DE FRAMBOESA - ESCRIBA VALDEMIR

Pé de Framboesa e cuidados com plantas de quintal. Valdemir Mota de Menezes possui framboesas no sítio Jardim do Éden.




PÉ DE FRAMBOESA - ESCRIBA VALDEMIR por videosfavoritesescribe

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PUPUNHA CONFORME O GAAMA DE MARINGÁ - ESCRIBA VALDEMIR

VANTAGENS DA PUPUNHA NA PRODUÇÃO DE PALMITO
Rusticidade. Não é muito exigente em solos, mas se desenvolve melhor com a adubação. Precisa de água para crescer, porém, não tolera encharcamento. Clima quente, úmido e precipitação pluviométrica (chuvas) bem distribuída, ou seja, acima de 1.600 milímetros por ano. Racionalidade no cultivo, possibilidade de colheita em quase todos os meses do ano. Vigor e rápido crescimento, precocidade em produzir: o primeiro corte acontece a partir de 18 meses do plantio. Perfilhamento, ou seja, a planta forma touceira como a bananeira e, após o primeiro corte, os filhotes crescem permitindo produção permanente. Isso não acontece com a espécie juçara pois, ao se retirar o palmito, mata-se a planta.
Baixos índices de substâncias oxidantes, o que proporciona alterações mínimas no sabor e no aroma do palmito, além de demorar a escurecer. Apesar de o sabor do palmito da pupunheira ser um pouco mais adocicado e sua coloração mais amarelada do que as espécies tradicionais, juçara e açaí, essas diferenças ficam quase imperceptíveis após seu processamento, sendo bem aceito.
DA PUPUNHA APROVEITA-SE QUASE TUDO
Os frutos, ricos em vitamina A e em amido (carboidratos), podem ser consumidos ao natural, cozidos em água ou fermentado na água para refresco. Deles, ainda pode se obter vinho, vinagre, manteiga, azeite, além de excelente farinha para consumo ao natural ou o preparo de mingaus, bolos e outros pratos.
Do mesocarpo, ou seja, da polpa dos frutos preparam-se picles. As folhas, o tronco, inclusive os frutos, são usados na ração animal. Do tronco pode-se extrair a celulose. Sua madeira também é aproveitada por ser de grande resistência e elasticidade. A parte apical, de onde se extrai o palmito, é macia e de sabor suave. Chama-se palmito a parte cilíndrica, localizada na parte superior da estipe, representada pelo conjunto de bainhas das folhas, em cujo centro se encontra a parte comestível.
Por isso tudo e também porque a atividade palmiteira extrativista do Brasil está esgotando estoques naturais, a pupunha apresenta potencialidade para a exploração racional do palmito, com objetivos econômicos.
CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO
Os custos de implantação, variam de acordo com as condições logísticas e edafoclimáticas da propriedade
ESCOLHA DA ÁREA
O terreno deve ter de preferência relevo plano ou ondulado e a declividade ser, no máximo, de 15 por cento. Apesar de a pupunheira ter origem em região tropical, com altas precipitações de chuvas e solos pobres, seu crescimento é melhor quanto mais fértil for a terra. Portanto, o solo deve ser profundo, bem-drenado, de textura média e não compactado.
RECOMENDAÇÕES PARA O CULTIVO
A pupunha é obtida a partir de semente. A muda é formada em viveiro e é plantada no campo a pleno sol. Para iniciar o cultivo, as sementes devem ser adquiridas de fornecedores que garantam pelo menos 70% de germinação. Dessas, admite-se que até 6% gerem plantas com espinhos. As mudas com espinhos, as sementes atacadas por fungos ou insetos e aquelas que não germinaram em até 120 dias após a semeadura devem ser descartadas. De um quilo, com aproximadamente 340 sementes, podem-se formar, no mínimo, 200 mudas sem espinhos.
De 6 a 10 meses depois da semeadura, dependendo das características das mudas, da condição do viveiro, das perdas e descartes, deve-se plantar cerca de 200 mudas no local definitivo. As plantas de melhor desenvolvimento podem ser reservadas para a produção própria de sementes. É preciso fazer o plantio das sementes rapidamente, para que elas não percam o poder germinativo. Mantendo-as úmidas e arejadas, é possível retardar a semeadura por três a quatro semanas, mas deve-se ter mais cuidado no manuseio para não danificar os embriões de sementes em início de germinação.
COMO PRODUZIR MUDAS E APROVEITAR MELHOR AS SEMENTES
Cada pupunheira produz de cinco a oito cachos por ano, que podem dar até 350 frutos por cacho. O período de frutificação normalmente vai de janeiro a abril. Colha os frutos quando estiverem passando do verde para a cor amarela ou vermelha, de plantas matrizes sem espinhos, sadias e que produzam perfilhos. Assim que colher os frutos, selecione os de bom aspecto e não atacados por fungos e pragas. Corte os frutos, retire as sementes e lave-as em água corrente (em saco de aniagem) ou deixe-as de molho por 48 horas, com troca de água a cada 24 horas. Descarte aquelas que boiarem. Retire os resíduos da polpa, esfregando as semente em peneira de malha grossa. Em seguida, trate as sementes com água sanitária a 50%, por 15 minutos. Lave-as em água corrente durante cerca de 10 minutos e deixe-as secar à sombra por um dia. Semeie o mais rápido possível, pois com a secagem as sementes perdem rapidamente o poder germinativo.
SEMEADURA
A semeadura pode ser feita de três modos: em pequena escala, diretamente em sacos plásticos pretos colocados em viveiros; em tubete, um recipiente plástico; ou, ainda, em germinador de areia. O tubete é mais utilizado na região do Planalto. Esse recipiente recebe, aproximadamente, de 230 a 350 mililitros de substrato apropriado.
O tubete plástico só é viável se a produção de mudas for continua, devido ao custo dele próprio, da mesa e da sombrite, sendo utilizado por viveiristas. As regas devem ser planejadas e o transplante ser feito quando a plantinha tiver com três ou quatro folhas.
COMO SEMEAR EM GERMINADOR DE AREIA
O local para essa semeadura deve estar à meia sombra, ser bem-drenado, não sujeito a enxurradas ou enchentes e protegido de animais. Construa o canteiro com 1,0 a 1,20 metro de largura. O comprimento será de acordo com a quantidade de sementes. Cada metro quadrado de superfície comporta quatro quilos de sementes, no máximo. Se houver espaço disponível, pode-se reduzir essa quantidade para facilitar o manejo. Prepare o leito do canteiro com uma camada, de 10 a 15 centímetros de altura, de areia grossa de rio ou mistura de areia com até 50% de serragem de madeira curtida, sem cavacos ou maravalhas. Se preciso, proteja as bordas da sementeira com madeira ou similar. Espalhe sobre o substrato, ou seja, sobre o leito de areia ou mistura, uma camada uniforme de sementes, de modo que fiquem lado a lado. Pressione as sementes levemente, para aderirem ao canteiro. Cubra-as com 2,5 a 3,0 centímetros de areia ou mistura, isto é, substrato. Cubra a sementeira com folhas de palmeira, a uma altura de 50 centímetros do solo.
Regue a sementeira, dia sim, dia não, com regador ou mangueira de esguicho fino, de preferência de manhã cedo. O início da germinação ocorre a partir de 30 dias e se estende até cerca de 120 dias a pós a semeadura. Depois desse período, descarte as sementes que não germinaram, pois darão plantas fracas.
SAIBA TRANSPLANTAR AS MUDAS
Após as plantinhas atingirem de um a dois centímetros, descarte as que tiverem espinhos, pois já é possível observar isso, e transplante as outras para os sacos plásticos pretos de 15 a 17 cm de largura por 25 cm de altura, por 0,08 cm de espessura. Podem também ser utilizados sacos plásticos menores, no entanto, a muda deverá ser transplantada, no máximo, até 6 meses de viveiro.
Retire as plantinhas com muito cuidado do germinador. Para isso, tire uma de suas paredes laterais. Pegue as mudinhas, colocando as duas mãos em forma de concha por baixo das raízes, desembaraçando-as. Tenha o cuidado de conservar as sementes aderidas às plantas, para não enfraquecer as mudas. Coloque as mudas nos sacos plásticos.
VEJA COMO ENVIVEIRAR
Os sacos plásticos devem estar cheios com três partes de terra de superfície e uma parte de esterco ou composto orgânico bem curtidos. Se utilizar cama de galinha, reduza a quantidade do composto pela metade. A terra não deve ser muito argilosa e nem arenosa para permitir a boa formação de torrão e a drenagem da água.
Caso utilize terra de barranco ou subsolo, é necessário enriquecer a mistura acrescentando 2,5 quilos de superfosfato simples, 250 gramas de cloreto de potássio e 1,5 quilo de calcário dolomítico por metro cúbico de solo. Essa recomendação é válida para os solos do Litoral e do Vale do Ribeira.
Com um chuço de madeira (pedaço de cabo de vassoura apontado), faça um buraco profundo, que caiba bem as raízes com a semente aderida. Aperte delicadamente o saquinho plástico entre as mãos para aderir a terra às raízes. Regue as plantinhas em seguida e todos os dias até o pegamento da muda, uma ou duas semanas, de preferência pela manhã. Ponha as mudas em canteiros com 1,20 metro de largura, usando um comprimento adequado para um bom manejo do viveiro. No fundo do canteiro, faça uma camada de cinco centímetros de areia, para facilitar a drenagem. Proteja as bordas do canteiro com bambu, ripas, tijolo ou outro material disponível. Deixe corredores de 60 centímetros entre os canteiros. Mantenha as mudas enviveiradas, durante aproximadamente seis meses, com 50% de sombra, que deve ser retirada, progressivamente, à medida que a plantinha se desenvolve.
A muda pronta para o transplante ao local definitivo deve ter três ou quatro folhas, 20 a 30 centímetros de altura, estar livre de pragas e doenças e estar bem-aclimatada, isto é, acostumada ao sol.
As mudas podem ser enviveiradas a pleno sol. Entretanto, nessa condição elas necessitam de um controle de umidade constante, podendo ocorrer maiores perdas.
CAPRICHE NO PREPARO DO TERRENO
Para receber as mudas, o terreno precisa estar bem preparado.
O primeiro passo é retirar amostras da terra da área, para análise do solo e fazer uma calagem na área total, com base nos resultados da análise. Repita a análise a cada três anos, para verificar as necessidades do solo, principalmente de calcário.
Marque as linhas de plantio no sentido Leste-Oeste, quando o relevo do terreno for plano. Plante em curva de nível, quando o terreno for acidentado. O terreno pode ser preparado mecanicamente com uma aração e uma gradagem, com sulcos de dois em dois metros, com sulcador de cana, desde que a topografia permita.
Ao invés de sulcos, podem-se fazer covas. Essa prática é a mais comum nas regiões do Litoral Paulista e Vale do Ribeira. As covas devem ter 30 x 30 x 30 centímetros ou 40 x 40 x 40 centímetros, em solos mais pesados.
Para a produção de palmito, o espaçamento é de 2 por 1 metro ou de 1,5 por 1 metro em áreas mais inclinadas, e de 8 por 4 metros quando o objetivo for a produção de sementes.
No plantio em covas, misture à terra de superfície dois a cinco litros de esterco de curral curtido ou outra fonte de matéria orgânica e 100 gramas de superfosfato simples. Encha a cova com essa mistura, no mínimo, 30 dias antes do transplante das mudas.
PLANTIO NO CAMPO
O plantio da pupunha é feito em áreas a pleno sol, de preferência na época chuvosa e através de mudas, cerca de 5 mil por hectare.
Para implantar a cultura em áreas mais secas, evite os dias muito frios. Escolha um dia nublado ou chuvoso para que a planta se adapte melhor.
A pupunha apresenta certa exigência da água disponível. Em regiões onde a incidência de chuvas é baixa necessita ser irrigada, e em zonas com índice pluviométrico elevado, o desenvolvimento da planta é maior e, em conseqüência, antecipa o primeiro corte de palmito.
O ideal é que a pupunha seja cultivada em regiões de até 800 metros de altitude, quando terá crescimento normal. A temperatura média ideal é igual ou maior a 22 graus centígrados. A pupunha não suporta geadas quando as plantas estão jovens, com 20 a 50 centímetros.
PRINCIPAIS TRATOS CULTURAIS
Conserve a plantação livre de ervas daninhas, fazendo roçadas periódicas, ou usando cobertura de leguminosas ou herbicidas.
As leguminosas, como o amendoim silvestre (Arachis pintoi), desenvolvem bactérias que permitem a fixação do nitrogênio, podendo, inclusive, ser inoculadas na semente. Essa prática reduz a necessidade de adubação nitrogenada.
Não se recomenda capina manual ou mecânica, pois as raízes dessa palmeira são muito superficiais. Por esse motivo, a pupunha é muito afetada pela competição com as ervas daninhas, principalmente gramíneas. Corrija a acidez do solo com calcário dolomítico, elevando a 50% a “saturação por bases” (V%). É possível reduzir as doses de Nitrogênio (N) em 30%, a partir do quarto ano desde que os restos culturais fiquem no terreno, como folhas, estipes e bainhas.
A adubação deve ser feita com base na análise do solo, seguindo-se orientação do BOLETIM 100 do IAC., e parcelada o mais possível. É preciso adubar, pois os nutrientes retirados da terra quando se corta o palmito devem ser repostos, para não diminuir sua fertilidade. Evite fazer a adubação na época fria e seca, quando a planta paralisa seu crescimento. Complemente as adubações com aplicações de Enxofre (S) e Boro (B), nas dosagens recomendadas pela análise do solo.
Produtores rurais têm utilizado, com bons resultados, fórmulas de adubação 30-05-10, 20-05-20 e 20-05-15, parceladas em quatro ou cinco vezes ao ano e usando 50 gramas para cada aplicação.

IRRIGAÇÃO
Em regiões com baixa precipitação (abaixo de 1.600 mm/ano) ou chuvas mal distribuídas, torna-se necessário o uso de irrigação para máxima produtividade. Ainda não há dados definitivos de pesquisa a esse respeito. Resultados preliminares indicam que o coeficiente de cultura (Kc) está em torno de 0,80 a 1,00. Na prática, verifica-se a necessidade de uma lâmina d’água efetiva de 4 a 8 mm/dia. O custo de irrigação, usando o tipo canhão, tem variado entre 1.300 a 1.600 dólares/ha. Para sistemas mais sofisticados, como a microaspersão, o gotejamento e o pivô central, os gastos são da ordem de 2.200 a 2.600 dólares/ha.
PRAGAS E DOENÇAS NO CAMPO
A doença mais comum é a antracnose, com as mudas vindo contaminadas do viveiro. O fungo Fusarium foi relatado em mudas e plantas adultas na região do Vale do Ribeira (SP). Mortes de plantas devido à bactéria Erwinia têm sido reportadas também nessa região. Adubação balanceada, cuidados com a drenagem do solo e ausência de competição por gramíneas, auxiliam na fitossanidade.
No campo, pode ocorrer o ataque de um coleóptero grande do gênero Rhyncophorus e outros menores dos gêneros Strategus e Metamasius. Faz-se o controle desses insetos através de iscas feitas com tronco secionado de bananeira ou da própria pupunheira, sobre o qual se espalha uma mistura de melaço de cana (atrativo) e um inseticida específico. Há relatos do ataque de cupins às plantas jovens de pupunha em regiões bastante infestadas com esses insetos.
Fator importantíssimo é a sanidade das mudas em viveiro e uma boa seleção das plantas a serem levadas ao campo. Mudas com sintomas de doenças passadas, ou fora do padrão, não devem ser plantadas no campo e o solo do saquinho não pode ser reaproveitado.
Tem sido relatada também a ocorrência de morte da planta-mãe com sintoma bastante semelhante ao causado por Erwinia (apodrecimento do palmito, cheiro desagradável e presença de larvas de moscas no material apodrecido). No entanto, isolamento de grande quantidade de material com o mesmo sintoma, não detectou nenhuma bactéria ou fungo fitopatogênico. Por sua vez, a ocorrência dos sintomas está sempre associada aos seguintes caracteres: época de verão com chuvas de moderadas a intensas, plantas em fase de crescimento acentuado ( 8 a 18 meses do campo), cultivadas em solos ácidos (V de 10 a 25%), nos quais foi feita calagem elevada (V de 70 a 90%) somente na cova, seguida de aplicações parceladas apenas de adubo nitrogenado. Muitas vezes, apenas a planta-mãe é atingida, com os perfilhos apresentando desenvolvimento aparentemente normal. Pesquisas nessa área prosseguem, embora até o momento indiquem ser um caso mais de desordem ou desequilíbrio nutricional que fitopatológico.

DESBASTE DE PERFILHOS

O desbaste de perfilhos não é indicado em nossas condições. Gastos extras, possibilidade de contaminar as plantas com doenças e possível dano à região de emissão de novos perfilhos, diminuindo a vida útil da touceira, são os fatores que levam a não indicar essa operação. Experimentos e observações de plantas ao longo dos anos têm indicado que, ao menos para o material inerme (origem Yurimaguas ou Benjamin Constant), a própria planta controla o desenvolvimento de seus perfilhos. Existe uma dominância da planta-mãe e, após o corte dessa, dos perfilhos mais desenvolvidos, que resulta em um escalonamento da produção dentro da própria touceira, sem a necessidade de desbaste. Por outro lado, aconselha-se o corte precoce da planta (colheita) que não apresentar perfilhamento até 12 meses após o plantio. Esse procedimento (retirada da dominância apical) induz ao perfilhamento em plantas jovens, mas não tem a mesma taxa de sucesso quando efetuado em plantas mais adultas.
Quando o objetivo é produção de frutos e/ou sementes, o manejo de perfilhos também não deve ser feito. Deixa-se a planta crescer sem desbaste, cortando-se posteriormente alguns estipes em excesso na touceira, utilizando-se para a produção de palmito. Esse processo pode ser usado também em sistemas agroflorestais, nos quais a produção conjunta de frutos e palmito deve ser incentivada como fonte suplementar de renda ao agricultor.
CONSORCIAÇÃO COM OUTRAS CULTURAS
A pupunha não deve ser consorciada com outras culturas no espaçamento aqui recomendado para palmito (2,0 x 1,0 a 2,0 x 1,0 x 1,0 m). No início da implantação, o uso de cultivos anuais pode prejudicar o sistema radicular pela constante necessidade de capinas. Culturas permanentes também não são indicadas, a não ser que se façam plantios em faixa, deixando-se espaço suficiente entre o cultivo escolhido e a palmeira para não afetar o seu desenvolvimento. A pupunha quando sombreada, mesmo que levemente, cresce em altura e não se desenvolve bem em diâmetro, que é o que interessa para a produção de palmito.
No caso de campo a produção de sementes, para qual é recomendado o espaçamento mínimo de 8 x 4m, pode-se plantar outras culturas, anuais ou perenes, desde que não se use capina e que o outro cultivo não sombreie a pupunha. Plantas sombreadas, além de crescerem muito em altura, floresce, e frutificam pouco.

COLHEITA
No Brasil, a colheita do palmito é feita entre 18 e 36 meses do plantio, dependendo do solo, clima, espaçamento e adubação. Aos 18 meses o palmito de primeira terá entre 120 a 300 gramas de peso. Aos três anos podem-se colher plantas com até 500 gramas de palmito. Não é recomendável colher-se a idades superiores a essa, pois o maior diâmetro do palmito terá problemas na industrialização (dificuldade em acomodá-lo dentro da lata ou vidro).
Escalonar a colheita de palmito com base no diâmetro da planta (a 50 cm de altura), entre 10 e 14 cm é o indicado. Em condições normais, plantas em primeiro corte alcançam esse diâmetro quando a haste principal está entre 160 e 180 cm de altura. Nos cortes subsequentes o diâmetro de corte será alcançado quando a haste do perfilho a ser colhido tiver entre 180 a 210 cm de altura. O corte raso (todas as plantas do talhão) não é indicado por causar queimadura de folhas nos perfilhos expostos, repentinamente, à condição de maior luminosidade. Recomenda-se o corte alto (deixando-se o máximo de estipe, não aproveitável para o palmito, ainda na touceira) para reciclar os nutrientes aos perfilhos.
O corte do palmito pode ser feito durante o ano todo, porém deve-se evitá-lo na época seca, porque 90% do palmito é água e nesse período ele terá, consequentemente, menor peso. Irrigação antes da colheita ( 2 a 5 dias antes do corte) aumenta a produção e diminui a cor amarelada do produto final. Constata-se também que em regiões com pouco umidade a bainha interna é curta, portanto menos será o rendimento em palmito (seja em peso, seja em volume), porque o comprimento da bainha mais interna é que determina o número de toletes a serem obtidos. Normalmente, são esperados de 3 a 5 toletes de 9 cm de comprimento por palmito.
A periodicidade de colheita por planta é também bastante variável. Nas condições e para o tipo de palmito de maior aceitação entre nós (acima de 2,5 cm de diâmetro), colhe-se um palmito na mesma touceira a cada 8 meses. O palmito sai do campo quase limpo, medindo 60 a 70 cm de comprimento e com apenas 2 a 4 bainhas extras a serem posteriormente descartadas. A perda de água do palmito após a colheita é grande, chegando até 10% por dia.
No Brasil, como a colheita inicial é feita por volta de 18 meses, termina-se o primeiro ciclo após 2 a 3 anos de plantio, sempre dependendo do clima, solo, adubação e tratos culturais adotados. Durante a colheita, deve-se tomar cuidado para não ferir o palmito. Choques mecânicos, tipo queda ou pancada, mesmo sem sinais externos, causam defeitos internos no palmito, comprometendo sua aparência e qualidade. O desbaste ou descascamento prévio, é feito no interior do cultivo e tem como finalidade reduzir o peso e o volume do material a ser transportado para a indústria. O desbaste deve ser cauteloso, evitando-se o corte excessivo das extremidades, pois além das perdas em rendimento, pode-se, em períodos quentes e úmidos, propiciar o aparecimento de podridão. O desbaste deve ser feito apoiando-se a extremidade de baixo (estipe) do palmito bruto sobre as próprias folhas cortadas (já no chão), de forma a evitar o risco de contaminação da peça ou talo, que vai à indústria, com o solo e/ou outros contaminantes.
Todo material descartado (limbos + bainhas foliares e porção não aproveitável do estipe), deve ficar no local para reciclagem. Em climas quentes e úmidos ou em cultivo sob irrigação, a decomposição completa desse descarte não leva mais do que 3 a 4 meses.
O transporte do palmito ainda com 2 a 4 bainhas externas para proteção, deve ser realizado nas horas mais frescas do dia e com todo o cuidado para evitar quedas e pancadas. Umidade excessiva do material, mesmo durante o transporte ou armazenamento externo na indústria, favorece o desenvolvimento de microorganismos, permitindo o aparecimento de podridões.
PROCESSAMENTO
O processamento do palmito deve obedecer às normas técnicas de industrialização e de envasamento. O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, está preparado para orientar as pequenas indústrias. Elas devem, também, obedecer aos critérios estabelecidos pela Vigilância Sanitária Estadual, vinculada à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
CARACTERÍSTICAS DO PALMITO
O palmito da pupunha apresenta a grande vantagem de não escurecer rapidamente após o corte, o que é comum na maioria das palmeiras usadas para palmito, inclusive o açaizeiro (Euterpe oleracea) e o palmiteiro (Euterpe edulis). Isso facilita o processamento e permite desenvolver outras formas de comercialização do produto. O consumo “in natura” do palmito deve ser incentivado e estudos estão sendo realizados par aumentar a duração pós-colheita. No entanto, como todo produto vegetal, é perecível e deve ser processado ou consumido em prazo máximo de 4 a 7 dias após a colheita. O palmito da pupunha é de coloração mais amarelada que o da juçara e do açaí e possui um sabor característico mais doce.
Como dito anteriormente, irrigação antes do corte ( 2 a 5 dias) aumenta a produção, enquanto seca e adubação recente aumentam a coloração amarelada final do produto.

RECOMENDAÇÕES FINAIS
Não restam dúvidas que, entre as palmeiras utilizadas para produção de palmito de boa qualidade, a pupunheira é precoce e relativamente rústica. No entanto, é uma cultura exigente quanto às características físicas do solo, especialmente compactação e drenagem, necessita adubação pesada para máxima produtividade e correção da acidez do solo a cada quatro anos. A exigência em água do cultivo também é elevada, sendo necessária irrigação quando cultivada em áreas com déficit hídrico. A pupunheira é sensível a algumas doenças importantes do ponto de vista de disseminação e controle, tais como as causadas por Fusarium e Erwinia.
Recomenda-se aos interessados no cultivo dessa palmeira, visitar as instituições de pesquisa que trabalham com a cultura, procurando conhecer a realidade do cultivo (vantagens, desvantagens, solo e clima recomendados, principais problemas, etc.) e se assegurar da idoneidade de vendedores de sementes e viveiristas. Se possível, visitar plantios existentes em regiões edafoclimáticas semelhantes às do local onde se pretende iniciar o cultivo. Em seguida, fazer uma boa escolha da área onde será feito o plantio, iniciando com pequenos lotes. Posteriormente, expandir o cultivo de acordo com o comportamento da planta na região e os objetivos aos quais se propuseram inicialmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOVI, M. L. A. Palmito Pupunha: Informações Básicas para Cultivo. Boletim Técnico 173. Campinas, IAC, 1998.
VIANNA NETO, F. Renato e COSTAS MONTERO, S. C. Rozeli .O Palmito Pupunha, do plantio à colheita. Instrução Prática 261. Campinas CATI/SAA. 1998.

Sobre a Pupunha:
Aspectos Técnicos
Imagens

Veja em detalhes os sub-grupos:
Adubos Verdes
CNPQ
Horta
Horta na Escola
Maracujá
Rochagem
Uva
Viveiro
Projetos que o GAAMA apoia

PUPUNHA PELO INSTITUTO AGRONÔMICO DE SÃO PAULO - ESCRIBA VALDEMIR

Valdemir Mota de Menezes coleta informações sobre pupunha e publica aqui, porque ele é produtor de palmito pupunha.
Bactris gasipaes Kunth.

Planta originária da América Latina, com ocorrência no Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso.

Seus frutos são ricos em carboidratos, vitamina A, fibra alimentar, ácidos graxos e minerais, representando assim importante fonte de energia.

A pupunha é adequada à produção de frutos, palmito e ao uso como ornamental.

Trata-se de uma palmeira perene, adaptada às condições de maior insolação, comum na floresta amazônica em suas múltiplas raças. Apresenta perfilhamento e é encontrada em dois tipos básicos: com e sem espinhos no estipe e no pecíolo e ráquis das folhas. É bastante precoce (1,5 a 2 anos para o primeiro corte), com palmito branco-amarelado e mais doce que o das demais espécies. Seu palmito não escurece rapidamente após o corte, mas é igualmente perecível.

Cultivar: a própria espécie. Dar preferência às raças que apresentam plantas sem espinhos no pecíolo/ráquis e no estipe.

Clima e solo: maior desenvolvimento vegetativo em regiões de clima quente e úmido com temperatura média anual de 22ºC e precipitação acima de 1.600mm por ano e bem distribuída. Quando jovem (até 50cm), não tolera geada. Prefere solos de textura média e arenosa e com boa drenagem. Áreas planas ou levemente onduladas são as indicadas, pois facilitam o plantio, a condução, a colheita e mesmo o transporte do palmito.

Propagação: por sementes. Uma pupunheira produz até 8 cachos por ano, com até 350 frutos por cacho. A época de frutificação normal é de janeiro a abril.

Colheita de frutos: para a formação de mudas, colher os frutos maduros, mas não em estádio avançado de maturação, pois a polpa propicia o desenvolvimento de uma série de fungos que podem afetar a semente e prejudicar a germinação.

Preparo das sementes: retirar as sementes dos frutos, tão logo colhidos. Lavá-las e atritá-las sobre superfície áspera (peneira de malha grossa). Em seguida, tratá-las com água sanitária a 50% por 15 minutos. Deixar secar à sombra por um dia e colocá-las para germinar.

Semeadura: em canteiros com areia e serragem curtida (1:1, em volume) ou mistura com terra, com largura de 1m e comprimento desejado. O uso apenas de areia ou serragem curtida exige irrigações mais freqüentes, mas facilita a retirada da plântula por ocasião da repicagem. Para semear, espalhar uma camada uniforme de sementes e cobrí-las com uma camada de 2 a 3cm de areia ou serragem. Para evitar a rega constante fazer a semeadura em canteiros dispostos em viveiro rústico (mais ou menos 50% de sombra inicial).

Regas: regar periodicamente com cuidado de não encharcar o canteiro, evitando o apodrecimento das sementes.

Germinação: após 60 a 120 dias, 70 a 80% das sementes já germinaram. Plântulas germinadas tardiamente (após 8 a 12 meses do início do processo) devem ser descartadas, pois são inferiores em desenvolvimento e produção.

Viveiro: para a repicagem das sementes germinadas utilizar sacos plásticos encanteirados em viveiro rústico. Encher os sacos plásticos pretos (de 15cm de diâmetro por 25cm de altura) com o substrato (vide adubação do substrato) e colocar os sacos em canteiros (10 a 12 sacos por linha) com protetores nas laterais (madeira, bambu, etc.) sob viveiro rústico (50% de sombra). Retirar a sombra progressivamente, à medida que a planta se desenvolve. A muda pronta para transplante (5 a 6 folhas, 20 a 30cm de altura) deve estar completamente adaptada às condições de luz do local definitivo.

Adubação do substrato: usar o solo de boa qualidade, acrescido de uma fonte de matéria curtida (esterco de curral, ou composto de lixo, ou composto de usina de beneficiamento de algodão, ou palha de café) na proporção de 3:1, em volume. Acrescentar calcário para elevar a saturação por bases a 60%, e mais 500g de P2O5 e 100g de K2O por m3 do substrato (terra + esterco). Aplicar 90g de K2O por m3 do substrato já envasado, parcelado em três vezes, a partir do 4º mês, dissolvendo o adubo na água de irrigação.

Repicagem e seleção: iniciar quando a parte aérea tiver de 1 a 2cm. Nessa fase (estádio de “vela”), eliminar plantas com espinhos no pecíolo/ráquis, ou plantá-las em lotes separados das sem espinhos. Descartar as de germinação tardia e transplantar com profundidade em torno de 2cm. Após a repicagem, regar os sacos, repetindo a rega a cada 2 dias em períodos secos, sem excesso, para evitar o aparecimento de fungos.

Tratos culturais em viveiro: controlar as plantas daninhas, manualmente, e observar a ocorrência de pragas e doenças.

Pragas, doenças e outros predadores em viveiro: A principal doença em viveiro é a antracnose, especialmente em épocas mais frias. Recomenda-se diminuir a irrigação. As pragas mais comuns em viveiro são gafanhotos, brocas e ácaros, estes em viveiro mal manejado e com pouca aeração. Animais silvestres tais como capivaras, pacas e veados podem comer as plantas enviveiradas. Nesse caso, deve-se cercar a área do viveiro. Roedores se alimentam das sementes.

Preparo da área: com critério, especialmente em solos de estrutura pesada ou compactados por usos anteriores. Aração e gradagem são recomendadas, mas quando não for possível, abrir covas nas dimensões de 30 x 30 x 30cm ou mesmo de 40 x 40 x 40cm. Usar áreas a pleno sol: a pupunha não requer sombreamento, nem mesmo inicial. Em regiões com déficit hídrico, ou quando do plantio de mudas não aclimatadas pode-se usar um sombreamento temporário proporcionado por guandu, tefrósia ou crotalária, em linhas intercaladas no mesmo espaçamento da pupunha.

Espaçamento: para a produção de palmito: 2,5 x 1,0m, 2,0 x 1,0m, 1,5 x 1,0m ou 2,0 x 1,0 x 1,0m (linhas duplas). Para a produção de sementes: 8x 4m.

Adubação de plantio: antes do plantio, aplicar calcário dolomítico para elevar a saturação por bases a 50%. Distribuir, se possível, 5 a 10 t/ha de esterco de curral ou composto de lixo curtido, no sulco de plantio ou na cova, misturado com o adubo mineral fosfatado e potássico. De acordo com a análise de solo, aplicar 70 a 140 kg/ha de P2O2 e até 60 kg/ha de K2O. Aplicar em cobertura, 30 dias após o transplante, ao redor da muda, 20 kg/ha de N, repetindo esta dose mais duas vezes, a cada 2 meses (dispensar essa adubação nitrogenada, caso tenha sido usado o esterco ou o composto.

Adubação de produção: De acordo com a produtividade esperada (1 a 4 t/ha de matéria fresca de palmito) e com a análise de solo, aplicar por ano, 110 a 300 kg/ha de N, 0 a 80 kg/ha de P2O5, 20 a 260 kg/ha de K2O, 20 a 50 kg/ha de S e 1 a 2 kg/ha de B. A partir do 4º ano, reduzir as doses de N em 30%.

Tratos culturais: não capinar, apenas roçar, para não lesar o sistema radicular dessas palmeiras que é bastante superficial. Usar cobertura vegetal, tal como centrosema e caupi.

Pragas no campo: pode ocorrer o ataque de uma coleóptero grande do gênero Rhyncophorus e outros menores do gênero Strategus. Controlar esses insetos através de iscas feitas com tronco seccionado de bananeira sobre o qual se espalha uma mistura de melado de cana (atrativo) e um inseticida específico. Há relatos do ataque de cupins às plantas jovens de pupunha em regiões bastante infectadas com esses insetos.

Colheita: entre 18 e 36 meses do plantio dependendo do solo, clima, espaçamento e adubação. Aos 18 meses, o palmito terá entre 150 e 300 gramas de peso. Aos três anos, pode-se colher plantas até com 500 gramas de palmito; não é aconselhável colher a idades superiores a essa, pois o maior diâmetro do palmito trará problemas à industrialização por não corresponder, eventualmente, à capacidade da embalagem (lata ou vidro). Escalonar a colheita com base no diâmetro da planta (a 50cm de altura): entre 10 e 14cm é o indicado. Recomenda-se corte alto (50 a 80cm), para reciclar os nutrientes para os perfilhos na touceira. O corte do palmito pode ser feito durante o ano todo, evitar, porém, o corte na época seca, em função de seu menor peso.

Periodicidade de colheita: é bastante variável, dependendo do material genético, clima, solo e técnicas de exploração e cultivo. Nas condições brasileiras e para o tipo de palmito de maior aceitação no mercado (acima de 2,5cm de diâmetro), é esperado colher, no máximo, 2 palmitos por planta ao ano, sendo mais sensato fazer apenas uma colheita anual.

Desbaste de perfilhos: por ocasião da colheita, fazer o desbaste dos perfilhos em excesso, deixando 4 a 6 por planta, com altura entre 25 a 30cm. Os perfilhos pequenos, abaixo dessas medidas, não são cortados. Os perfilhos grandes a manter devem estar bem distribuídos na touceira e ser escalonados para propiciar colheitas periódicas. Quando o objetivo é produção de frutos e/ou sementes, o manejo de perfilhos não é feito. Deixar a planta crescer sem desbastes, cortando posteriormente alguns estipes em excesso na touceira e utilizando-os para a produção de palmito.

Produtividade: consegue-se uma produção de palmito de primeira em torno de 1,3 a 1,8 toneladas por hectare ao ano, iniciando-se a colheita 18 meses após o plantio. Igual produção é obtida da parte basal (palmito caulinar) e do ápice (“picadinho”).


Fonte: Boletim, IAC, 200, 1998.