quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ADUBOS ORGÂNICOS E INORGÂNICOS

No sítio faço uso dos adubos organicos e inorgânicos. Uso esterco de galinha e de coelhos, também faço composta e no fundo do sítio passa um riacho onde retiro o lodo do rio, rico em nutrientes (Valdemir Mota de Menezes)


Adubos Orgânicos e Inorgânicos

Os adubos orgânicos são aqueles formados por matéria de origem animal e vegetal. Já os adubos inorgânicos são obtidos a partir de extração mineral ou refino de petróleo.

 
Para crescer, a planta precisa de nutrientes que podem ser fornecidos por meio dos adubos
Para crescer, a planta precisa de nutrientes que podem ser fornecidos por meio dos adubos
Para se desenvolver, o vegetal retira do solo macronutrientes e micronutrientes que são compostos de átomos de elementos químicos que passam a constituir os seus tecidos. Os micronutrientes são consumidos em pequenas quantidades, enquanto que os macronutrientes são consumidos em larga escala e são compostos principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio, obtidos por meio do gás carbônico (CO2) presente no ar e na água (H2O).
Outros elementos essenciais para o crescimento das plantas são: enxofre, nitrogênio, fósforo e potássio. Esses nutrientes são retirados do solo e, depois, quando as plantas morrem, elas se decompõem e devolvem tais nutrientes à terra, o que possibilitará que outras plantas possam usar esses nutrientes para crescer.
Os elementos químicos retirados do solo possibilitam o desenvolvimento das plantas
No entanto, o ser humano interfere nesse ciclo, colhendo as plantações. Então, com o passar do tempo, os nutrientes da terra vão cessando, empobrecendo o solo, que não mais poderá ser usado para o plantio. Assim, é preciso que o próprio homem enriqueça o solo com esses nutrientes. Isso é feito por meio de adubos, que podem ser orgânicos ou inorgânicos.
Veja a seguir o que difere esses dois tipos de adubos e qual é considerado o melhor:
  • Adubo Orgânico: são adubos obtidos por meio de matéria de origem vegetal ou animal, como esterco, farinhas, bagaços, cascas e restos de vegetais, decompostos ou ainda em estágio de decomposição. Esses materiais sofrem decomposição e podem ser produzidos pelo homem por meio da compostagem.
Uma das vantagens do adubo orgânico é que, com a compostagem, reciclam-se resíduos sólidos municipais urbanos de origem orgânica. Também é possível reciclar tais resíduos dispostos conjuntamente com lodo gerado em estações de tratamento de esgotos domésticos, minimizando, assim, o lixo produzido. Além disso, ainda há diminuição da quantidade de restos orgânicos (que são depositados nos rios) e dos chorumes (que infiltram o solo, atingindo as águas subterrâneas).  
Na compostagem, a matéria orgânica é segregada e submetida a um tratamento composto por dois estágios básicos: a digestão (fermentação causada por microrganismos, sendo que os principais são as bactérias, os fungos e os actinomicetos. Nesse estágio,o material alcança o estado de bioestabilização e a decomposição ainda não está completa) e a maturação (a massa em fermentação atinge a humificação, dando origem a uma massa denominada húmus, estado em que o composto apresenta-se como melhorador do solo e fertilizante).
Legenda: Esquema do processo de compostagem
O adubo gerado é denominado composto. É rico em macronutrientes e incorpora, em doses mínimas, micronutrientes também. Além disso, aumenta a flora bacteriana e a microfauna, essenciais na formação do húmus.
  • Adubo Inorgânico: são adubos obtidos a partir de extração mineral ou refino do petróleo.Alguns exemplos são: os fosfatos, os carbonatos, os cloretos e o salitre do chile.
Aplicação de adubo inorgânico
A vantagem desse tipo de adubo é que, como eles se apresentam na forma iônica, seus nutrientes são absorvidos pelas plantas com maior facilidade e o resultado é mais rápido.
Além disso, eles apresentam composição química definida e os orgânicos não; de modo que é possível realizar com eles cálculos precisos sobre a quantidade que se deve usar em cada caso. Isso é extremamente importante, pois o uso excessivo de adubos inorgânicos pode causar desastres ambientais, como mudança na composição química do solo, tornando-o menos produtivo e, em longo prazo, causando danos ao ecossistema.
É por isso que muitos ambientalistas defendem o uso dos adubos orgânicos, dizendo que eles não causam nenhum risco ambiental. Porém, os que defendem os adubos inorgânicos dizem que os orgânicos só são viáveis para pequenas lavouras e que podem contaminar o solo se houver agentes infecciosos nas fezes dos animais.
Uma saída, nesse último caso, é usar somente restos vegetais para produzir o adubo orgânico. Mas uma boa maneira de se compensar os efeitos negativos de cada método de adubação é conhecer bem as propriedades do solo que se está trabalhando e realizar uma combinação equilibrada de todas essas técnicas.

Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

domingo, 17 de novembro de 2013

PIMENTÃO

 No sitio onde vive o Escriba Valdemir Mota de Menezes, já plantei e colhi pimentão. É maravilhoso a experiência de colocar uma semente na terra, cultiva-la e depois de um tempo colher o fruto. Glória a Deus por suas criações fantásticas.

 

Como plantar pimentão

Pimentões
Pimentões - imagem original: Eric Chan - Licença Creative Commons

Clima

O pimentão é uma planta de clima tropical ou subtropical, e cresce melhor em um ambiente quente (temperatura acima de 21°C) e com elevada umidade do ar. Contudo, apesar de crescer melhor em clima quente, temperaturas acima de 30°C podem reduzir o número e o tamanho dos frutos. Em climas mais frios, o pimentão costuma ser cultivado em estufas.
Pimentão
O pimentão precisa de temperatura acima de 21°C para crescer bem - imagem original: Jay & Melissa Malouin - Licença Creative Commons

Luminosidade

Os pimentões crescem melhor em condições de alta luminosidade, com pelo menos 4 h de sol direto.
Plantas com pimentões amarelos
O pimentão atinge normalmente de 50 a 80 cm de altura - imagem original: Mark F. Levisay - Licença Creative Commons

Solo

O pimentão precisa de solo bem drenado, fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio.

Irrigação

A plantação de pimentões precisa de uma boa disponibilidade de água, mas deve-se evitar o encharcamento do solo.
Mudas de pimentão
Mudas de pimentão - imagem original: Rusty Clark - Licença Creative Commons

Plantio

As sementes de pimentão devem ser plantadas em sementeiras ou copos ou saquinhos de plástico ou papel, e posteriormente transplantadas, visto que as plantas são muito frágeis quando pequenas.
Vaso com pimentão
O pimentão pode ser cultivado em um vaso ou um recipiente grande - imagem original: David Sessoms - Licença Creative Commons

Tratos culturais

As plantas podem precisar de tutoramento para que os pimentões não encostem no solo. Use estacas de com pelo menos 1 m de altura e amarre cuidadosamente a planta a estaca, conforme a planta for crescendo.

Colheita

Geralmente a colheita dos pimentões inicia-se em 12-15 semanas depois do plantio . Os pimentões podem ser colhidos verdes ou maduros, quando então adquirem a cor do cultivar plantado (vermelho, amarelo, roxo, etc.). O pimentão é uma planta cultivada geralmente como anual, mas é uma perene de vida curta e se bem cuidada pode produzir frutos por alguns anos.
Pimentões na planta
Os pimentões podem ser colhidos ainda verdes - imagem

TARO

 O Escriba Valdemir Mota de Menezes, tem plantado sistematicamente taro no sítio onde vive, por vários anos se alimenta deste produto maravilhoso da terra. Glória Deus por esta criação maravilhosa.
 
Taro
 
 
Taro - imagem original: Wouter Hagens - Licença Creative Commons
O taro (Colocasia esculenta) é também conhecido como inhame (no sudeste do Brasil e no arquipélago dos Açores), cará (no nordeste do Brasil), orelha-de-elefante, inhame-coco ou inhame-dos-açores.
Há cultivares classificados como "mansos" ou "bravos" de acordo com a concentração de proteases (enzimas) e ráfides (cristais de oxalato de cálcio) na planta. Cultivares mansos tem menor concentração de proteases e ráfides, sendo os mais adequados para uso na alimentação humana. Cultivares bravos tem maior concentração de ráfides e proteases, sendo mais usados como planta ornamental ou na alimentação de animais, após cozimento ou fermentação (silagem).
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, em geral não é possível distinguir cultivares mansos de cultivares bravos pela cor dos pecíolos e limbos das folhas. Há mais de 200 cultivares de taro, parte deles cultivados como alimento e parte como planta ornamental.
Taro
O taro cresce melhor em clima quente e úmido - imagem original: Valerie Everett - Licença Creative Commons

Clima

O taro (Colocasia esculenta) cresce melhor em clima quente e úmido, sendo que a temperatura ideal para o cultivo é de 25°C a 35°C. A planta não suporta baixas temperaturas.

Luminosidade

O taro pode ser cultivado em locais ensolarados ou em sombra parcial.
Plantação de taro em um campo inundado
Plantação de taro em um campo inundado - imagem original: Jeff Muceus- Licença Creative Commons

Solo

Cultive em solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, com pH entre 5,5 e 6,5. Evite solos compactados e solos muito argilosos.
Alguns cultivares de taro da subespécie Colocasia esculenta var. esculenta são cultivados em locais inundados com água corrente ou na margem de cursos de água. Locais de água estagnada não são adequados, pois os cormos podem apodrecer mais facilmente nestas condições.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido. Plantas adultas são resistentes à seca, mas não crescem se faltar água.
Taro de folhas
O taro muitas vezes é cultivado como planta ornamental, e há muitos cultivares para este fim, como estes taro de folhas variegadas - imagem original: Hedy Csakvari - Licença Creative Commons

Plantio

O plantio é feito geralmente com rebentos, pequenos cormos laterais que surgem próximos ao principal, que também pode ser utilizado para o plantio, inteiro ou cortado em pedaços grandes. São plantados de 6 a 10 cm de profundidade, com espaçamento de 70 cm a 1 m entre as plantas ou de 1 m entre as linhas e 20 a 30 cm entre as plantas, de acordo com o tamanho do cultivar e as condições locais de cultivo.
Comece a plantação a partir de rebentos, cormos ou mudas de cultivares de boa qualidade, obtidos a partir de produtores confiáveis ou de institutos de pesquisa agronômica. Não use plantas selvagens, pois elas podem ser bastante tóxicas.

Tratos culturais

Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos, principalmente nos três primeiros meses do plantio.
Cormos de taro
Os cormos devem ser retirados com cuidado do solo, procurando-se evitar ferimentos que apressam sua deterioração - imagem original:Yongxinge - Licença Creative Commons

Colheita

A colheita dos cormos do taro pode ser feita de 7 a 9 meses depois do plantio, dependendo do cultivar e das condições de cultivo. Os cormos devem ser desenterrados com cuidado, procurando evitar ferimentos que podem apressar muito sua deterioração.
As folhas e seus pecíolos também são comestíveis depois de cozidas, embora sejam menos utilizadas do que os cormos. E mesmo as inflorescências são usadas como alimento em alguns locais, particularmente no sudeste da Ásia e na Oceania. Tanto as folhas quanto os cormos e as inflorescências devem ser cozidos ou assados (de alguns minutos a muitas horas, dependendo do cultivar) antes do consumo para eliminar proteases (enzimas que degradam proteínas) e ráfides (cristais de oxalato de cálcio com a forma de agulhas). O uso de bicarbonato de sódio ou substâncias ácidas como vinagre, suco de tamarindo ou limão no preparo também ajudam a tornar o taro mais palatável. No entanto, pessoas com problemas renais devem evitar o consumo de taro e outras plantas que contêm oxalato de cálcio. Poucos cultivares têm folhas, pecíolos e inflorescências que podem ser consumidos crus.
A seiva da planta pode causar irritação na pele, olhos e mucosas, assim a colheita deve ser feita com cuidado e com a utilização de luvas.
Folha da espécie Colocasia Esculenta
O ponto de inserção do pecíolo no limbo da folha das plantas do gênero (Colocasia) é diferente do ponto de inserção do pecíolo no limbo das folhas de outros gêneros de plantas também conhecidas como taro. Nas plantas do gênero Colocasia a folha é peltada. - imagem original: Valerie Everett - Licença Creative Commons

Outras espécies chamadas de taro

Outras plantas da família Araceae também são chamadas de taro ou orelha-de-elefante, incluindo entre as mais comuns:
Colocasia gigantea
Colocasia gigantea - imagem original: Megan Hansen - Licença Creative Commons
Colocasia gigantea - algumas vezes chamada de inhame-gigante, seus cormos não são usados como alimento. São principalmente os talos das folhas (os pecíolos) que são consumidos. Acredita-se que esta planta seja o resultado do cruzamento entre C. esculenta e Alocasia macrorrhizos.
Alocasia macrorrhizos
Alocasia macrorrhizos - imagem original: H. Zell - Licença Creative Commons
Alocasia macrorrhizos - também chamada de orelha-de-elefante-gigante e de alocasia gigante, suas folhas apontam para o alto ou permanecem quase na horizontal. Comestível somente após um longo período de cozimento.
Cyrtosperma merkusii
Cyrtosperma merkusii - imagem original: Tauʻolunga - Licença Creative Commons
Cyrtosperma merkusii - praticamente cultivada apenas na Oceania, é plantada em locais inundados. É a maior planta chamada de taro, podendo alcançar 4 ou 5 metros de altura e ter cormos de até 80 Kg, que também são comestíveis somente após um longo período de cozimento.
Xanthosoma sagittifolium - mais conhecida como taioba, tem folhas parecidas com as folhas das plantas dos gêneros Alocasia e Cyrtosperma, mas pode ser distinguida pela posição das suas folhas, que apontam para baixo.

JILÓ



 O Escriba Valdemir Mota de Menezes planta jiló no sítio, no dia 16/11/2013 plantei 34 mudinhas no campo.

Como plantar jiló




Jilós
Jilós - imagem original: hortas.info - Licença Creative Commons
Jiló - Solanum aethiopicum Grupo Gilo, anteriormente denominado Solanum gilo.

Clima

O jiloeiro precisa de clima quente e úmido para crescer bem e produzir seus frutos. Não suportando baixas temperaturas, o jiló pode ser cultivado em estufas em regiões de clima frio, mas lembre-se que a produtividade é proporcional à temperatura ambiente. A temperatura ideal para o cultivo do jiló situa-se próxima de 30°C.

Luminosidade

O jiloeiro necessita de alta luminosidade e deve receber luz solar direta ao menos por algumas horas diariamente.

Solo

O solo deve ser bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, com boa disponibilidade de nitrogênio. O pH ideal situa-se entre 5,6 e 6,6.

Irrigação

Irrigue com frequência para que o solo seja mantido úmido, mas sem que permaneça encharcado.

Plantio

As sementes são plantadas em canteiros, sementeiras ou em copinhos feitos de papel jornal com aproximadamente 10 cm de altura por 5 ou 6 cm de diâmetro. As mudas de jiló são transplantadas quando têm 6 folhas definitivas, estando com aproximadamente 15 cm de altura nesta ocasião.
O jiló também pode ser cultivado em grandes vasos.

Tratos culturais

Retire plantas invasoras que estejam concorrendo com o jiloeiro por nutrientes e recursos.


Jiló comprido verde-claro
Jiló comprido verde-claro - imagem original: Junius - Licença Creative Commons

Colheita

A colheita dos frutos começa de 90 a 150 dias após a semeadura e pode continuar pelo menos por mais três meses. Os frutos são colhidos geralmente imaturos, ainda totalmente verdes. Quando maduros os frutos ficam vermelhos ou alaranjados, com a pele mais firme e espessa, e ainda mais amargos.

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Jiló

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma caixa taxonómicaJiló
Fruta Jiló.JPG
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Solanales
Família:Solanaceae
Género:Solanum
Espécie:S. gilo
Nome binomial
Solanum gilo
O jiló (Solanum gilo) é o fruto da planta herbácea jiloeiro, muito cultivado no Brasil. É umfruto, geralmente confundido com um legume, famoso por seu gosto amargo. É famosa a canção de Luiz Gonzaga, "Que nem Jiló", em que ele compara as dores da saudade à amargura do jiló:
Ai, quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz doer
E amarga que nem jiló
É originário da África Ocidental, onde ainda é cultivada, por exemplo, na Nigéria.

Jiló em um mercado em São Paulo

Características[editar]

É o fruto do arbusto "jiloeiro" ramificado, que pode atingir entre um e 1,5 metros de altura. Seus ramos são verdes, cilíndricos e alongados, tem folhas de formato oblongo, recobertas por pelos, principalmente na lauda inferior. Suas flores são brancas, dispostas de duas a três, em pequenos racemos com pedúnculo curto. O fruto pode ser oblongo, alongado ou quase esférico, conforme a variedade, de coloração verde-clara ou escura e peso de catorze a dezessete gramas.

Etimologia[editar]

"Jiló" origina-se do termo quimbundo njilo1 .

Valores nutricionais[editar]

O jiló contém carboidratos (3 a 6%), proteínas (1,4%), sais minerais como cálcio, fósforo eferro e as vitaminas B5 e C.
A vitamina C contida no jiló é perdida com o cozimento.

Referências

  1.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.988
  • Pagoto, J.M. 1896. "Jiló (Solanum gilo Raddi)"; Manual Técnico das Culturas (CATI),
Edição Especial. Campinas. Governo do Estado de São Paulo. N. 8. 1986. p. 254-256.

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Cultura do jiló (Solanum gilo)

  
O jiló (Solanum gilo) é uma planta anual, de origem desconhecida, pertencente à família das solanáceas (Solanaceae).
No Brasil a produção está concentrada principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O estado do Rio de Janeiro é o maior produtor nacional respondendo por 32% da produção.

Flor do jiló
Fruto do jiló
Escolha da variedade
Dentre as cultivares existentes as que mais se destacam no cenário produtivo são: Morro Grande e Rei do Verde (variedades com frutos redondos e coloração verde-clara), a cultivar Morro Grande (produção de frutos de formato globulares e coloração verde-escura) e Comprido Verde-claro e Tinguá (variedades com frutos alongados, coloração verde-clara e resistência à doenças como antracnose e à murcha-bacteriana.).
Clima e época de plantio
Por ser uma planta de clima quente e muito exigente em temperatura a época de plantio mais indicada para o jiló encontra-se entre os meses de setembro a fevereiro, sendo que também é cultivado ao longo do ano, porém em regiões de baixas altitudes e que apresentam inverno suave, visto que a cultura é bastante sensível ao frio.
Mudas de Jiló
Escolha e preparo do solo
Em relação ao tipo de solo por ser uma cultura rústica, em relação às demais solanáceas, o jiló é menos exigente em nutrientes e mais tolerante à acidez, motivo pelo qual geralmente não se fazem aplicações de calagem para o seu
cultivo
O jiló apresenta melhor desenvolvimento em solos de textura areno-argilosa, embora apresente bons rendimentos e capacidade de adaptação a variados tipos de solo. Por ser uma cultura intolerante ao excesso de água exige solos bem drenados e cuidados na irrigação.
Em relação à necessidade de calagem, de acordo com a análise de solo recomenda-se fazer a correção do mesmo quando estiver com pH abaixo de
5,5 e o teor de alumínio for superior a 0,2 cmolc/dm³. O preparo do solo é caracterizado por uma aração e/ou gradagem de maneira que fique bem nivelado e fofo. Após o preparo do solo deve-se fazer o preparo das covas e as adubações orgânica e química, baseadas na análise de solo, sendo que ambos os procedimentos devem ser feitos com antecedência ao plantio das mudas.
Adubação orgânica
A importância da adubação orgânica para a cultura ressaltando que a mesma é muito benéfica principalmente se for feita nos 30 dias que antecedem
o plantio das mudas (desde que seja farta). Na adubação orgânica pode ser usado esterco puro de galinha (2 litros de esterco por metro de sulco) além de outras fontes de matéria orgânica,  como fontes alternativas 5-8 ton/ha de esterco de ave; 10-15 ton/ha de esterco de cama de ave ou composto orgânico; e 20-30 ton/ha de esterco de curral/ha.
Adubação química
A recomenda como aplicação, no caso de ausência de uma análise de solo 360 g do adubo químico 04- 14-08, 2 g de bórax e 2g de sulfato de zinco. Pórem as adubações devem ser realizadas mediante a interpretação da análise de solo associadando a Tabela 1 e 5.
Tabela de niveis de fertilidade
Tabela de recomendação de adubação
Adubação de cobertura
Na adubação de cobertura recomenda-se a aplicação de 60-70 kg/ha de N em parcelas de 4-5 aplicações; 60-70 kg/ha de K2O (em casos de solos pobres) em doses iguais. recomenda que a adubação de cobertura seja feita 30 dias após o transplante das mudas e em intervalos consecutivos de 30 dias após o início da colheita, com aplicações de 15 g por planta do adubo 20-00-20.
Implantação da cultura: plantio e semeadura
Existem basicamente dois métodos a serem seguidos pelo produtor no plantio, ambos envolvendo processos de formação de mudas para posteriormente realizar-se o transplante:
  1.  Plantio em sementeiras, efetuando-se posteriormente a repicagem para copinhos de papel de jornal contendo uma mistura de solo com adubos; e transplante para o campo.
  2. Formação das mudas em bandejas de isopor com 128 células, contendo substrato; procedendo-se logo em seguida ao transplante.
Visando favorecer a produtividade e a longevidade da cultura, o autor recomenda espaçamentos largos de aproximadamente 110-150 x 70-100 cm.
A produção de mudas pode ser feita:
  1. De modo tradicional, ou seja, com semeadura em canteiros e repicagem para copinhos de papel utilizando-se substrato caseiro e posterior transplantio para o local definitivo.
  2.  Pelo método mais atual, que permite a obtenção de mudas mais uniformes e saídas e preconiza o uso de bandejas de isopor com substrato comercial que oferece maior segurança ao produtor por ser isento de pragas e doenças além de vir com os fertilizantes necessários.
  3.  Aquisição das mudas por meio de produtores especializados.
O transplantio das mudas para o local definitivo é feito quando as mudas apresentam em torno de 4-6 folhas definitivas, sendo que, produtor deve realizar uma rigorosa seleção das mudas a serem transplantadas, buscando
eliminar aquelas que possivelmente possam ser portadoras de doenças ou que apresentem qualquer tipo de anomalia. No local destinado ao plantio definitivo das mudas as covas devem ter medidas aproximadas de 25 x 25 cm, cerca de 15 cm de profundidade e ao serem transplantadas as plantas
devem ficar a uma profundidade maior em relação à que se encontravam durante sua fase de formação.
Sistemas de cultivo
  • o convencional, que preconiza a realização de um manejo padronizado e baseado em recomendações técnicas para a cultura, considerando operações de preparo (aração e gradagem) e correção do solo (adubação), de preparo das sementes, irrigação, tratos culturais e colheita;
  • cultivo protegido, feito em casas de vegetação ou túneis onde a cultura desenvolve-se em um ambiente alterado climaticamente o que possibilita ao produtor ter um melhor controle sob o desenvolvimento da cultura.
 Sistemas de irrigação
A irrigação seja feita somente no período seco (outono-inverno), quando necessário. A irrigação recomendada, em especial a localizada – por gotejamento, é um fator preponderante no desenvolvimento dessa cultura.
Porém os sistemas de irrigação mais usuais nesta cultura são por Infiltração (sulcos) ou aspersão.
Tratos culturais
Os principais estão voltados para a irrigação que é recomendada principalmente para o período seco e para o uso de estacas (estaqueamento)
utilizando-se varas de aproximadamente 80 cm de comprimento. Manter
limpo o terreno cultivado durante todos os estádios de desenvolvimento da cultura (não existe nenhum herbicida registrado para o controle de plantas
daninhas na cultura), com  capinas realizadas manualmente ou com auxílio de maquinário (microtrator). Como alternativa recomenda-se o uso de Mulching (cobertura morta com plástico preto,  método associado principalmente ao tipo de irrigação por gotejamento).
Anomalias fisiológicas
A ocorrência de anomalias fisiológicas é pouco comum na cultura do jiló, com exceção de cultivos submetidos a baixas temperaturas (durante
o inverno, por exemplo), onde pode ocorrer a queda de flores e frutinhos.
  • Principais doenças
1- Requeima (Phytophthora infestans): O fungo penetra a planta através de aberturas naturais ou ferimentos penetra a planta colonizando os tecidos e provocando a murcha das plântulas (em sementeiras).  Sua disseminação ocorre principalmente pelo escoamento de água no solo, por mudas e solo (aderido a implementos agrícolas) contaminados. As condições favoráveis ao seu desenvolvimento estão relacionadas a fatores como: temperatura (entre 22-28 ºC), longos períodos de chuva e solos com má drenagem. Seu controle pode ser feito tomando-se algumas medidas preventivas tais como: não realizar plantios em períodos quentes e úmidos; plantar em solos com boa drenagem; uso de cultivares resistentes; não
fornecer água em excesso; e fazer rotação de culturas com gramíneas (por cerca de 3 anos).
2- Antracnose (Colletotrichum gloesporioides):  ocasiona danos mais agravados nos frutos caracterizados por lesões pardas e deprimidas. As condições propícias ao seu desenvolvimento são principalmente temperatura e umidade elevadas. O controle pode ser feito utilizando-se cultivares resistentes (Tinguá).
3- Mancha de estenfílio (Stemphylium solani): Ataca as plantas na fase de muda e quando estão adultas, ocasionando o surgimento de lesões pardas e pequenas. Seu controle pode ser feito com tratamento químico (uso de fungicidas cúpricos); realizando-se o plantio em área arejada; fazer rotação de culturas; destruir os restos culturais ao final de cada ciclo da cultura; e uso de sementes provenientes de frutos sadios.
4- Nematóides (Meloidogyne sp.): A sintomática da doença caracteriza-se principalmente pelo aparecimento de áreas engrossadas e encaroçadas (galhas) nas raízes, além do amarelecimento das folhas mais velhas, podendo evoluir nos casos mais severos para murcha e até a
morte da planta. O seu controle recomendam-se práticas como a não realização do plantio em áreas onde anteriormente houve incidência da doença; a rotação de culturas; e o plantio em solo esterilizado ou livre de
nematóides.
5- Murcha bacteriana (Pseudomonas solanacearum): Ataca as plantas causando podridão das raízes e escurecimento dos vasos, podendo também aparecer em alguns casos sintomas típicos de murcha na parte aérea.
O controle da doença pode ser feito através do isolamento dos focos da doença; de medidas preventivas; rotação de culturas com gramíneas; cuidados na irrigação; e com a procedência da água.
  •  Principais pragas
1- Lagarta rosca:  Causa danos às raízes e à base do caule na região do coleto da planta, ou pouco abaixo da superfície do solo, atacando a planta após a germinação e no período deperfilhamento.
2- Mosca Branca: Ocasiona danos diretos através da sucção da seiva da planta, além de injetar toxina nas folhas durante o ataque reduzindo a fotossíntese e provocando secreções açucaradas que favorecem o aparecimento de outras pragas como formigas, ou doenças, como os vírus e fungos. Os sintomas são percebidos principalmente nos frutos, que após o ataque apresentam-se sem coloração, totalmente brancos e fora do padrão comercial, além de apresentarem amadurecimento irregular, prejudicando sua qualidade comercial. Além destas, são também pragas características da
cultura o pulgão e o tripes.
Colheita e comercialização
Recomenda-se que a colheita seja iniciada com os frutos ainda imaturos  e as sementes tenras, visto que os frutos maduros não são adequados para consumo e, portanto não possuem interesse comercial.
Frutos de jiló imaturos
As colheitas iniciam-se aproximadamente 80-100 dias após a semeadura, podendo estender-se por mais de 100 dias, o que possibilita inclusive a
realização de uma nova colheita na primavera seguinte, após o inverno (caso seja feita uma cobertura com nitrogênio e recomecem as irrigações). O processo da colheita é feito manualmente , podendo o mesmo estender-se a três meses ou mais, dependendo das condições fitossanitárias e do manejo ao qual está sendo submetida a cultura.
O rendimento oscila entre 20-30 ton/ha, e que durante a comercialização os frutos. Durante a seleção dos produtos para comercialização são priorizados alguns fatores imprescindíveis para a obtenção de um produto final de
qualidade:
1- Ausência de lesões: A presença de lesões reduz o valor do produto além de
ser porta de entrada para fungos e bactérias e aumentar a perda de água ocasionando murchamento.
2- Boa aparência e aspecto: Esta característica assegura que o produto foi colhido no período correto de maturação e, portanto, apresenta todas as
suas propriedades conservadas como bons valores nutricionais, sabor característico e possui um maior tempo de conservação.
3- Limpeza e higiene: Uma hortaliça limpa e higienizada representa um produto saudável e livre de contaminações.
4- Ausência de manchas: A presença de manchas reduz o valor do produto devido ao escurecimento ocasionado pelas mesmas na área afetada, além de revelar que a hortaliça apresentou um amadurecimento desigual.
Fonte: Boletim Técnico – Gustavo Cardoso Gonçalves