segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

BAMBU E O ESCRIBA VALDEMIR MOTA DE MENEZES

Os dados a seguir o Escriba Valdemir Mota de Menezes copiou do site InfoBambu. Eu utilizo muito o bambu na construção de cercados no meu sitio. Diversas espécies de animais mantenho sobre a proteção de cercas de bambu. Deus seja louvado por esta criação do reino vegetal, tão útil para os humanos. --------------------------------------------

O estudo da estrutura do bambu (morfologia) nos dá conhecimento para desenvolver conscientemente e melhor o plantio do mesmo. Segundo o livro "Bamboos", de Christine Recht e Max F. Wetterwald (Timber Press - Portland, Oregon), o bambu é uma planta que não perde as folhas no outono e desenvolve novas folhas na primavera. Elas são substituídas imediatamente por novas folhas no começo da primavera. A forma de reprodução desta planta através de sementes é geralmente um evento muito demorado e o homem costuma usar métodos de propagação vegetativa.
O bambu é uma planta muito resistente, podendo se recuperar de um ano ou uma estação ruim. Após a destruição de Hiroshima pelas armas atômicas os bambus resistiram, e foram as primeiras plantas a aparecer no árido cenário pós-guerra.
Continuando a citar o livro de Recht e Wetterwald:
"a estrutura do bambu consiste no sistema subterrâneo de rizomas, os colmos e os galhos. Todas estas partes são formadas do mesmo princípio; uma série alternada de nós e entrenós. Com o crescimento do bambu, cada novo internó é envolvido por uma folha caulinar protetora, fixada ao nó anterior no anel caulinar. Os nós são massivos pedaços de tecido, compreendendo o anel nodular, o anel da bainha e geralmente uma gema dormente. Estas gemas são o local de emergência do novo crescimento segmentado (rizoma,colmo ou galho).
RIZOMAS

Os rizomas são caules subterrâneos que crescem, reproduzem-se e afastam-se do bambu, permitindo a colonização de novo território. A cada ano novos colmos (brotos) crescem dos rizomas para formar as partes aéreas da planta. Rizomas de 3 anos ou mais não dão mais brotos. Esses rizomas estão geralmente tão compactados que o solo abaixo do bambu aparenta estar cheio deles. Eles formam um tufo similar às gramas ordinárias, e podem variar em profundidade, dependendo da espécie e condições de crescimento, contudo muitas vezes abaixo de um metro."
Os rizomas reproduzem-se dos rizomas e permanecem conectados entre si. Nesta interconexão, todos os indivíduos de um mesmo grupo são descendentes (clones) do rizoma primordial, e são, até um certo ponto, interdependentes e solidários. Os brotos utilizam as reservas de um grupo para crescerem e brotarem. Os bambus do centro do grupo são os mais velhos, e os da orla os mais jovens. Uma forma generalizada de identificar o bambu maduro é observar a ocorrência de manchas e sujeiras, além de sua rigidez. Os bambus jovens serão mais brilhantes, podendo ainda estar envoltos pelas folhas caulinares, e mais flexíveis e húmidos internamente. Os bambus velhos estão podres ou secos.
As pontas dos rizomas são o ponto de crescimento, e elas são envoltas por folhas caulinares muito apertadas, que morrem rapidamente para dar lugar ao entrenó crescido, e assim por diante. As verdadeiras raízes do bambu crescem dos anéis dos rizomas, senda mais finas que estes e captando água e nutrientes do solo ao redor.
Segundo o americano Tydyn Rain St. Clair, citando McClure, os bambus podem ser divididos basicamente em seis tipos diferentes de rizomas, sendo os dois primeiros seguintes os principais:
PAQUIMORFOS (clumper / cespiteux)
são os rizomas com formas de bulbo, tendo os entrenós muito curtos e compactos. A ponta está geralmente orientada para cima, e dela sai o colmo do bambu, mais fino que o bulbo. As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas. A cada ano pode ser produzido um novo rizoma do original. O crescimento deste tipo de bambu é em touceiras ou 'tufos', onde não se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se muito pouco uns dos outros. Podem ter pescoços curtos, médios ou longos.
São encontrados, em geral , nas espécies tropicais, como as do gênero Bambusa e Guadua, porém podem ser encontrados também em espécies temperadas.

estrutura subterrânea do bambu de rizoma paquimorfo de pescoço curto

distribuição radial e genealógica
touceira / moita de bambus paquimorfos

Na Ásia temos os exemplos vivos mais antigos da arquitetura com bambu, em templos japoneses, chineses e indianos. O Taj Mahal teve sua abóboda estruturada por metal recentemente, quando substituíram a estrutura milenar de bambu. A construção de pontes de bambu na China é algo espetacular, com vãos enormes e tensionadas com cordas de bambu. Na África também encontram-se muitas habitações populares construídas com bambu.




LEPTOMORFOS (runner / traçant)
são os rizomas elongados e finos, tendo os entrenós longos e espaçados. A ponta está geralmente orientada horizontalmente, e ela é muito dura e conquista espaço. As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas e colmos (brotos). Os colmos são mais grossos que o rizoma. Algumas vezes a ponta do rizoma pode seguir para cima e se tornar um colmo novo, mas é mais comum o aparecimento de colmos nos lados do rizoma, alternados entre esquerdo e direito. O crescimento deste tipo de bambu é em florestas, onde se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se linearmente uns dos outros. São bambus de hábitos invasivos.
São encontrados, em geral, nas espécies de clima temperado, como as do gênero Phyllostachys.

estrutura subterrânea do bambu de rizoma leptomorfo

distribuição radial e genealógica
bosque / floresta de bambus leptomorfos


ANFIMORFOS
possuem rizomas paquimorfos e leptomorfos no mesmo sistema (esta versão é de McClure, diferente da versão de Keng). Ex: Chusquea fendleri
LEPTOMORFOS com colmos agrupados
possuem rizomas leptomorfos, porém alguns deles congestionam-se, formando grupos que superficialmente lembram os originários de rizomas paquimorfos. Contudo este bambu não é anfimorfo pois não possue verdadeiros rizomas paquimorfos, todos sendo ocos e da mesma grossura dos colmos. McClure chamou este fenômeno de eixo de metamorfose 1. Existem espécies com rizomas deste tipo nos gêneros Pleioblastus, Pseudosasa, Indocalamus e Sasa, entre outros.
PAQUIMORFOS de pescoço longo com colmos agrupados
possuem rizomas paquimorfos de pescoço longo, e são análogos ao sistema anterior. Superficialmente aparentam ser anfimorfos, porém não possuem rizomas leptomorfos. Este tipo de rizoma é característico do gênero Yushania.
PAQUIMORFOS de pescoço muito longos com rizomas ao longo do pescoço
possuem rizomas paquimorfos normais com pescoços muito longos, e destes originam-se novos rizomas paquimorfos em grupos. McClure chamou este fenômeno de eixo de metamorfose 2. Característico do gênero Vietnamosasa.
Mr. Tydyn sugere que leiamos o trabalho de McClure, "Bamboos - a fresh perspective", para obter maiores explicações do autor.

Tipos de rizoma
Paquimorfo
1 - pescoço curto
2 - pescoço médio
3 - pescoço longo
4 - Leptomorfo
5 - Anfimorfo
6 - Paquimorfo c/ colmos reptantes
7 - Leptomorfo c/ colmos reptantes
8 - Paquimorfo de pesc. longo com rizomas no pescoço
     ilustração baseada em desenho do livro de F.A.McClure "Bamboos - A fresh perspective"

COLMOS
Os colmos são a parte que mais facilmente distingue uma espécie de outra, por terem tamanhos, diâmetros, cores e texturas diferenciadas. São na maioria ocos, mas existem exceções. Os entrenós do gênero Chusquea, das Américas Central e do Sul, são sólidos, assim como a espécie Dendrocalamus Strictus. Algumas espécies possuem água no interior dos entrenós. Existe uma espécie cujos colmos tem forma naturalmente quadrangular, com cantos arredondados, o Chimonobambusa quadrangularis. Pode-se induzir uma forma ao colmo, construindo uma estrutura contenedora ao redor do broto até uma altura de cerca de um metro e meio. O broto mole se adapta ao formato da caixa e seus colmos telescópicos também. A partir daí o bambu cresce com o formato induzido, triangular, quadrado, etc...
Os colmos de bambu consistem em fibras que chegam a centímetros, feitas de lignina e silício. Segundo Mr. Stanford Lynx "a parede das células do bambu é um composto feito de um rígido polímero de celulose em uma matriz de lignina e as hemiceluloses." O silício agrega resistência mecânica ao bambu. A matriz de lignina dá flexibilidade.
O broto que cresce de um rizoma é um colmo ainda "recolhido" e totalmente protegido pelas folhas caulinares. O colmo como broto lembra um telescópio recolhido, e, conforme cresce, suas partes internas se afastam umas das outras, como um telescópio aberto. Na sua fase inicial de crescimento observam-se as maiores velocidades de crescimento do reino vegetal, com algumas espécies gigantes crescendo até 40 cm em 24 horas. No final do primeiro ano o bambu já completou seu crescimento. As folhas caulinares protegem os entrenós até a parte essencial do crescimento ter se completado, então secam e caem.
As folhas caulinares consistem principalmente na bainha e na lâmina (ou limbo), e também na lígula com suas franjas, e duas aurículas com suas cerdas. Estas especificidades ajudam na identificação de uma espécie. As folhas caulinares dos nós mais superiores possuem lâminas mais longas que as inferiores.


foto microscópica
de corte transversal / fibras de bambu
Dr. Grosser / Munique - 1000 Things of Bamboo
 
composição da folha caulinar: note que a lâmina,
a lígula e a franja podem ser curtos ou longos,
ajudando na identificação das espécies


GALHOS
Os galhos se desenvolvem a partir das gemas existentes nos nós dos colmos. No gênero Phyllostachys os galhos se desenvolvem ainda na fase de broto, provocando uma ranhura alternada no colmo, por crescerem forçando espaço. Nos gêneros Phyllostachys e Semiarundinaria os galhos se formam ainda nos brotos, e aparecem conforme o colmo se alonga, porém nos outros gêneros os galhos só aparecem após o colmo ter completado seu ciclo de elongamento. Os galhos podem começar a se desenvolver do tôpo para baixo, ou vice-versa, dependendo da espécie. Quando há falta de luz, os galhos inferiores podem não se desenvolver propriamente.
Existe um número habitual de galhos em uma dada espécie, o que contribui para facilitar a identificação.
colmo e galhos

FOLHAS
As folhas não crescem diretamente de uma gema dos galhos. Elas são, na verdade, lâminas de folhas caulinares que crescem em galhos. Estas lâminas tornam-se bem mais elongadas que nas folhas caulinares dos colmos, tomando a forma e a função, fotossintética, de uma folha. Nos galhos estas folhas-lâmina estão conectadas à bainha por uma projeção de sua veia principal, em forma de uma curta haste. Quando a folha seca, começando pela ponta, esta haste quebra, e a bainha permanece conectada por mais tempo ao galho. Uma folha de bambu sobrevive até cerca de dois anos.
Por terem um padrão de veias que se espalham em ângulos retos e paralelos (em inglês "tesselation"), as folhas ganham resistência ao frio.
FLORAÇÃO
O bambu não possue um ciclo anual de floração. Na verdade, a floração do bambu ainda é um mistério para os botânicos. Podem ocorrer em longos períodos de 10, 50 ou até 100 anos. A identificação das espécies é feita através da coleta de flores, o plantio de sementes e a observação dos resultados. É por essa razão que a identificação exata das espécies de bambu é tão complicada. Uma geração inteira pode passar sem que um determinado bambu tenha florescido.
A floração de um bambu é um evento não apenas misterioso, mas muitas vezes fatal para o próprio bambu. Este fato decorre do desvio de toda a atenção e esforço da planta para o florescimento, retirando as reservas contidas nos rizomas. A planta pára de produzir folhas, e pode vir a desgastar-se até a morte. Existem casos de um grupo inteiro perecer ao mesmo tempo. Sementes podem ser recolhidas, mas atualmente ainda não há um procedimento seguro para plantio de sementes de bambu. A diferenciação entre as espécies, as variedades cultivadas, não são garantidas através das sementes. A semente de uma espécie variegada (com estrias) não garante a continuação da variegação nos seus brotos. O bambu pode chegar a ter uma reprodução anemófila (causada pelo vento), e naturalmente reaparecer no mesmo local de sua morte.
Porém nem todo bambu que floresce morre. Ximena Londoño afirma que o gênero Guadua costuma ter sempre um indivíduo florescendo em um dado grupo. Existem relatos de floração contínua durante meses ou anos. Atitudes podem ser tomadas para interromper a floração de um grupo ou indivíduo, porém os relatos e os resultados ainda são inconclusivos. Alguns cortam os culmos florescentes, outros retiram o rizoma inteiro.
A ocorrência simultânea de florações de uma mesma espécie em diferentes locais do mundo é um evento ainda estudado. A teoria mais aceita é que as plantas de um mesmo clone (reproduzidas através de pedaços de uma mesma planta) podem florescer simultaneamente em locais diferentes. Especialistas discutem hoje em dia o equilíbrio entre as influências genética e climática na causa do florescimento. Afirmam que um stress ambiental ou induzido artificialmente podem causar uma floração em bambu.

florescência de Bambusa tuldoides
Rio nov. 2000
 
semente de bambu - Pseudosasa japonica
Chester Hill
 


ESTAÇÕES
O comportamento do bambu obedece as estações, como todas as plantas. Seu ciclo é lógico, e deve ser utilizado para o planejamento de plantações e colheitas, de acordo com a finalidade que se quer atingir. No verão e no outono os colmos adultos estão recolhendo energia do sol e armazenando nos rizomas. Quando chega o inverno a planta chega a um estado de baixo metabolismo, como uma "hibernação". Chegando a primavera o alimento armazenado é utilizado na produção dos novos brotos e rizomas. E no fim do verão pode-se recolher os novos brotos para alimentação. De uma forma geral podemos dizer que a energia (seiva) está armazenada nas raízes no inverno. E no verão está espalhada pelos colmos. O verão é a pior época para colher colmos, eles serão certamente menos resistentes ao ataque de fungos e bactérias. No inverno os colmos estão mais secos, portanto menos aptos a serem atacados por pestes. No fim do verão os bambus procuram estender seus rizomas e começar a guardar seus nutrientes.
FERTILIZANTES
O bambu é uma planta faminta e sedenta. Ele costuma exaurir os solos de seus nutrientes preferidos. Consome basicamente muito nitrogênio na primavera e no verão, enquanto no outono consome mais Fósforo e Potássio. Podem-se utilizar fertilizantes que se adequem a esta dieta, tanto químicos quanto orgânicos. A grama é uma ótima fonte de nitrogênio e silício. Lascas de árvores também. O esterco, apesar de ser um ótimo nutriente, pode trazer ervas competitivas. Em uma plantação nova deve-se tomar cuidado com as ervas competitivas que roubarão os nutrientes do bambu.
A época depois do aparecimento de brotos é uma boa época para se fertilizar, assim como no final do verão. Porém melhores resultados são obtidos fertilizando em pequenas quantidades continuamente durante o ano, excetuando o inverno. No inverno pode-se cobrir a terra em volta dos bambus com uma camada de composto orgânico para isolar os rizomas de um frio excessivo. As próprias folhas caídas do bambu servem como estabilizador da humidade e da temperatura no solo, assim como ajuda a reciclar o silício.
Uma plantação nova de bambu deve receber bastante água, pois corre o risco de secar rapidamente e morrer. Porém deve ter-se também o cuidado de não regar demais, o que pode ser tão danoso quanto a seca. Plantar os bambus perto de uma fonte de água corrente é uma boa estratégia, já que o solo estará continuamente úmido.
SOLO
O bambu pode crescer em solos de diferentes graus de arenosidade, acidez, humidade e temperatura. Porém ele se dá melhor em solos levemente ácidos e argilosos, com 5.5 a 6.5 de pH.



SOL
Dependendo da espécie o bambu precisa de mais ou menos sol. Porém, mesmo as espécies que mais gostam de sol podem receber uma proteção durante a parte mais quente do dia, para evitar ressecamento.
PLANTIO
Para se estabelecer um plantio com sucesso devemos primeiro escolher a espécie adequada, a hora adequada e o local adequado (e certas vezes a finalidade adequada). É sempre bom lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio (no Rio Grande do Sul costuma até nevar), enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima geral do resto do país, além de existirem exceções para os dois casos. Ter um local aberto e próximo a uma fonte de água ajuda o bambu a espalhar-se mais rapidamente. Os bambus previnem o solo de tornar-se seco, plantados numa encosta inclinada ou nas margens de rio agregam resistência ao solo contra erosões e terremotos. A melhor época para se plantar o bambu é depois do inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois eles terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. Uma touceira ou floresta demora de dez a quinze anos para atingir a maturidade, ou seja, ter colmos grandes e resistentes.
Para se obter um efeito estético numa intervenção paisagística devemos escolher a espécie com a altura desejada e uma cor agradável. Um jardim de bambu produz sombra, dá alguma proteção ao vento e à chuva, e produz sons agradáveis durante a brisa. O livro "Bamboos", anteriormente citado, é direcionado para o uso do bambu na jardinagem.
Para se obter bom material de construção escolhemos os bambus resistentes e de médio a grande porte. As espécies do gênero Phyllostachys são as mais comumente utilizadas em construção no mundo. O mais comum é o Phyllostachys aurea, conhecido como bambu-mirim, forte e resistente a pragas, que no Brasil ocorre em grande número, portanto uma grande fonte de mudas. Os especialistas garantem que o P. aurea não cresce grande no Brasil por ser de um gênero temperado, porém isto é polêmico. O Phyllostachys pubescens , conhecido como Moso, é o preferido para fazer laminados de bambu (Plyboo), além de construções gerais. Com este bambu, contudo, deve-se tomar cuidado com rachaduras, por ser muito rígido. Ele é de médio a grande porte. O Phyllostachys bambusoides é outro bastante utilizado no exterior. Aqui no Brasil existem muitas plantações de Dendrocalamus asper, um bambu tropical e de porte bem grande. Este gênero, Dendrocalamus, possue os maiores bambus. O da espécie asper é resistente e absorve muito bem a compressão, sendo muito útil para construção em geral, porém sendo afetado por insetos. O gênero Guadua afirmam ser o melhor bambu para construçào do mundo. Ele tem paredes espessas e ótima resistência, sendo o material de casas centenárias na colômbia. Existem espécies de Guadua nativas do Brasil como o tagoara, mas o angustifolia adapta-se bem ao nosso clima, e não deve ser menosprezado.
Para se obter colheitas de brotos de bambu podem se utilizar o bambu comum, Bambusa Vulgaris, porém dizem ser um pouco amargo. O Bambusa Arundinacea tem seus brotos comestíveis, além de produzir muitas sementes também comestíveis. O Dendrocalamus Asper é um dos favoritos na Tailândia.
TÉCNICAS
Existem algumas técnicas para plantar bambu. A utilização de uma ou outra depende da quantidade de recursos, transporte e tecnologia de que se dispõe. A forma mais utilizada é a propagação vegetativa. Pode ser realizada por separação de colmos, rizomas ou galhos. Nestes três tipos de propagação é muito importante observar se existem gemas intactas, ainda não usadas pelo bambu. Elas são encontradas em bambus jovens, de até um ano.
separação de rizomas:
devem-se escolher rizomas de um ano de idade no máximo.
Para rizomas paquimorfos deve-se cortar no pescoço, onde se liga ao rizoma antigo, e acima do primeiro nó do seu jovem colmo. Depois planta-se vertical, com o colmo para fora, ou horizontalmente, com o rizoma a poucos centímetros abaixo da terra (30-50 cm).
Para rizomas leptomorfos sem colmos deve-se cortar um segmento com pelo menos três nós com gemas não usadas. Planta-se horizontalmente, a cerca de 30 cm abaixo da terra.
No caso de rizomas leptomorfos com colmos deve-se cortar um segmento com algumas gemas e acima do primeiro nó do colmo. Depois planta-se o rizoma horizontalmente a cerca de 30 cm abaixo da terra, com o colmo para fora.






SEPARAÇÃO DE COLMOS
Esta técnica consiste em usar as gemas ainda dormentes (que não se transformaram em galhos) nos colmos para transformá-las em novos rizomas. Funciona muito bem com gêneros tropicais como Bambusa e Dendrocalamus. O colmo deve ter até um ano de idade. Deve-se deixar os galhos principais que saem das gemas dos nós do colmo, mas cortados acima dos seus primeiros nós, como nas ilustrações abaixo.
Pode-se usar um nó simples, ou seja, cortar antes e depois de um nó, enterrando horizontalmente, com o galho apontando para cima.
Pode-se usar um nó duplo, ou seja, cortando antes de um nó e depois do nó seguinte. Ainda pode-se fazer um furo, encher parcialmente a parte interna do entrenó de água, e tapar com alguma bucha (algodão, pano). Depois enterra-se com algum galho orientado para cima. Este método é mais seguro de funcionar do que o simples.
Pode-se enterrar o colmo inteiro, esperando brotar, horizontalmente ou ligeiramente inclinado. Após dar brotos, cortam-se os entrenós e transferem-se os brotos para o novo local de plantação.



SEPARAÇÃO DE GALHOS
Em algumas espécies esta técnica funciona, e outras não. É uma técnica ainda pouco estudada.
Deve-se cortar os galhos principais dos colmos e enterrá-los a cerca de 20 cms na terra.
CLONAGEM
Atualmente a empresa West Wind Technologies, dos Estados Unidos da América, e a Oprins Plants, da Bélgica, oferecem um serviço de venda de mudas em milhares. Utilizam um processo de clonagem que otimiza a produção de mudas. O link para a página da WWT está na área de links.
COLHEITA E PODA
O bambu deve ser cortado sempre após o primeiro nó para evitar que o rizoma apodreça. E não deve exceder muito 30 cms do chão. Pode-se usar machado (no caso dos gigantes), facão ou serras para colher o colmo. É importante fazer um corte sêco e preciso, pois um bambu rasgado tem mais entradas para fungos e insetos.
Um grupo de bambus tem indivíduos de várias idades. Aqueles com mais de 7 anos de idade devem ser removidos para que a energia do grupo se direcione para os novos brotos e colmos. Eles podem ser TODOS removidos sem problemas. Os bambus podres e secos devem ser removidos. Não se deve nunca retirar mais que 80 por cento de um grupo de bambus, pois isto abala muito a planta. Deve-se sempre deixar alguns bambus maduros em áreas espalhadas do grupo, pois são eles que fornecem nutrientes para os mais jovens.
A melhor época para coletar brotos é pouco tempo após o seu aparecimento. A época para obter colmos resistentes é no inverno.
Existem técnicas que sugerem o corte de parte do culmo, para no ano seguinte utilizar o rizoma deste culmo para transplante.
CONTROLE DE BAMBU INVASIVO
Os bambus de rizomas leptomorfos são invasivos. Estendem seus rizomas por muitos metros linearmente. Então acabam tomando conta de terrenos abandonados, ou aparecendo por debaixo de um muro. A mesma razão que leva o bambu a ser usado para contenção de encosta, o endurecimento do solo, frustra muitas tentativas de controle. O bambu não pode apenas ser cortado. Deve-se cortar os culmos invasores, podendo regar para forçar um apodrecimento dos rizomas. E torna-se a cortar os novos colmos insistentes. Pode-se cortar os rizomas, cavando e usando uma pá como ferramenta de corte.
Uma forma de controle preventivo é o estabelecimento de barreiras físicas enterradas, que impedem a passagem do rizoma. Placas de plástico, alumínio podem servir, mas é importante lembrar que o rizoma de um bambu pode ser BEM agressivo e furar barreiras.



O PLANTIO DE BAMBUS NA ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA
O bambu é uma planta que oferece muitas vantagens econômicas:
1. RÁPIDO CRESCIMENTO
A velocidade de propagação de uma plantação de bambu, após estabelecida, é muito grande. O tempo de estabelecimento de uma plantação varia de cinco a sete anos, e o amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode coletar colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é de 10 toneladas por hectare por ano. O bambu pode substituir a madeira em diversas aplicações, e com isso diminuir o impacto ambiental através da deflorestação.
2. FACILIDADE DE ESTABELECIMENTO, MANUTENÇÃO E COLHEITA
O bambu não exige técnicas complexas para o seu estabelecimento como plantação. A manutenção é feita através de irrigação, e não é necessária a aplicação de produtos agrotóxicos. A colheita fortalece o bambual e é feita com instrumentos manuais. O transporte é facilitado pelo seu peso leve em comparação às madeiras.
3. UTILIDADES ADAPTÁVEIS
O bambu pode ser utilizado como substituto agronômico em áreas marginais, para otimizar produções que recebem mais atenção do mercado externo, como o café. Seus variados potenciais industriais tornam o bambu um produto dinâmico, que pode ser alocado para um uso adequado ao momento. Pode ser usado como combustível, papel, material de construção, alimento, etc...
4. FINS ECOLÓGICOS
O bambu é um material responsável ecologicamente (ecologizante), pois sozinho ajuda na renovação do ar e substitui a madeira em diversos aspectos.
5. INSERÇÃO CULTURAL
O bambu já é um material muito explorado na Ásia, movimentando uma economia de sete bilhões de dólares americanos por ano. Cerca de um bilhão de pessoas moram em casas de bambu no mundo. Culturas utilizam o bambu em muitos aspectos da vida, música, cerimônias, alimentação, etc...

O bambu é encarado como uma forma de desenvolvimento econômico por muitos países. No Nepal e nas Filipinas existem grandes projetos de florestamento de bambu, para estimular a economia local e produzir papel, comida e habitações. A China e a Índia têm grandes plantações há muitos séculos e continuam a florestar. O Havaí está tentando desenvolver um projeto de florestamento de bambu para empregar uma população desempregada com a decadência da economia do açúcar. A Colômbia, O Equador e a Costa Rica desenvolvem projetos nacionais de bambu, com florestamento e desenvolvimento de uma cultura de habitações populares de bambu, para substituir o uso da madeira.

HORTOS E NURSERYS
Espalhados pelo mundo encontram-se muitos hortos especializados em bambu, onde podem-se encontrar várias espécies. Geralmente os espécimes são vendidos para fins de coleção, jardinagem e paisagismo. Neste caso são procuradas as espécies mais belas, exóticas ou adaptadas ao clima. No Brasil existem poucos hortos especializados, mas muitos que lidam com o bambu. Principalmente em São Paulo, onde muitos cultivadores descendentes de japoneses passam a tradição do bambu adiante. Existem atualmente diversos estudos sobre a propagação do bambu in vitro, sendo produzidos propágulos aos milhares. Tais estudos são essenciais para o estabelecimento de empreendimentos industriais que utilizem o bambu como matéria prima. Procure na área de links na seção hortos e nurserys para ter acesso aos sites de diversos cultivadores.










terça-feira, 25 de setembro de 2012

BANANICULTURA

Os textos a seguir foram extraidos da internet, mas não tive o cuidade de citar a fonte, pois foram textos que coloquei em uma pasta no meu computador para aprender mais sobre BANANA e seus derivados. No meu sítio tenho muitas bananeiras, já foram mais de três mil, hoje, só algumas centenas. Além de utilizar sua produção para consumo humano, também alimento os animais do sítio com banana (galinhas, patos, pássaros, coelhos, porquinho-da-Índia, codornas e etc..)

Comentário do Escriba Valdemir Mota de Menezes.
---------------------------------------

RECEITAS 21/05/2006 - 07h20


Bala de banana


A bala de banana é um doce bem brasileiro e fácil de fazer.



Ingredientes

- 1 quilo de banana

- ½ quilo de açúcar

- 50 ml de suco de limão

- 50 gramas de chocolate



Preparo

Lave as bananas ainda com casca, descasque e corte em rodelas finas.

Coloque as bananas no liquidificador e bata até ficar uma pasta homogênea.

Em uma panela, misture a pasta com os outros ingredientes. Leve ao fogo e mexa sempre até que o fundo esteja soltando.

Coloque o açúcar cristal em uma assadeira e jogue a massa por cima. Deixe esfriar durante um dia.

Depois, espiche a massa em cima de uma mesa coberta por açúcar.

Com uma tesoura, corte os quadradinhos e passe novamente no açúcar.

A bala está pronta!



--------------------------------------------------------------------



BALAS DE BANANA



Ingredientes

1 kg de banana; 800 gramas de açúcar e 2 colheres de suco de limão.



Modo de preparar

Descasque as bananas e corte em fatias finas, leve ao fogo com o açúcar e o suco de limão. Deixe apurar até aparecer o fundo da panela. Coloque em um prato untado com manteiga, deixe esfriar, faça as balas e enrole em papel celofane.

Data Edição: 13/10/04

Fonte: Toda Fruta


-----------------------------------------------------------------


BANANICULTURA: A PREVENÇÃO DA SIGATOKA NEGRA NO ESTADO DE GOIÁS




A bananicultura é a principal atividade frutícola, do Centro-Oeste, com uma área em produção equivalente a 13,42% do que é ocupado com essa cultura no Brasil. Nesta região há uma marcante presença dos cultivares do tipo Terra e Maça. No Mato-Grosso, onde se encontra a maior área física plantada, há predominância do cultivar Maçã, que ocupa cerca de 80% das plantações. Em seguida está o cultivar “Farta-Velhaca”, contribuindo com 10% do total plantado e os 10% restantes são ocupados por cultivares dos subgrupos Prata e Cavendish.




NOVAS OPÇÕES À BANANICULTURA DE MINAS GERAIS




Segundo dados da FAO, em 2002 a banana foi cultivada em 124 países e ocupou em 2002 uma área de 4,2 milhões de hectares, com uma produção de 69,5 milhões de toneladas. Apesar disto, apenas os cinco maiores produtores mundiais são responsáveis pela produção de 58% desse total. A Índia é o maior produtor, seguida pelo Equador, Brasil, China e Filipinas.



BANANICULTURA: A PREVENÇÃO DA SIGATOKA NEGRA NO ESTADO DE GOIÁS




O todafruta agradece a valiosa colaboração da Profa. Dra. Silvia Correa Santos – CAJ/UFG (Fitotecnia e Melhoramento de Plantas) correa@jatai.ufg.br e da Profa. M.Sc. Luciana Celeste Carneiro – CAJ/UFG (Fitopatologia)



A Bananicultura no Centro-Oeste Brasileiro



A bananicultura é a principal atividade frutícola, do Centro-Oeste, com uma área em produção equivalente a 13,42% do que é ocupado com essa cultura no Brasil. Nesta região há uma marcante presença dos cultivares do tipo Terra e Maça. No Mato-Grosso, onde se encontra a maior área física plantada, há predominância do cultivar Maçã, que ocupa cerca de 80% das plantações. Em seguida está o cultivar “Farta-Velhaca”, contribuindo com 10% do total plantado e os 10% restantes são ocupados por cultivares dos subgrupos Prata e Cavendish.



Para o Estado de Goiás a cultura da banana destaca-se como uma das principais fruteiras cultivadas, com grande importância social. Segundo dados do IBGE (1999), o Estado possui cerca de 14,8 mil hectares de área plantada com a cultura, que apresenta um rendimento médio em torno de 11 mil kg/ha e aproximadamente 4.500 produtores. Os principais municípios produtores são: Anápolis, Anicuns, Buriti Alegre, Jataí, Pirenópolis e Santa Fé de Goiás. O Estado é o segundo colocado regional, tanto em área como em volume de produção. O cultivar Nanica, que no ano passado foi a mais cultivada, foi substituída pelos cultivares Nanicão e Prata. O mesmo vem ocorrendo com o cultivar Maçã, que até a década de 80 era mais plantada, mas devido ao Mal-do-Panamá foi sendo dizimado de forma gradativa, dando lugar a cultivares como Nanicão. Os plantios remanescentes da cultivar Maçã concentra-se na região denominada Mato Grosso Goiano, que vai desde o vale do Araguaia até próximo a Goiânia (Goiás Velho, Maranhão, etc.). Na região de Jataí se destaca o cultivar Terra. No sul de Goiás (Goiatuba, Buriti Alegre, etc.), onde no passado se plantou o cultivar Prata, a bananicultura atualmente se encontra decadente. Vale lembrar que a bananeira (Musa spp.) é uma planta originária da Ásia, cultivada pelo homem, na Índia, desde 327 anos antes de Cristo. É explorada na maioria dos países tropicais como Índia, Equador, Filipinas, Costa Rica, Honduras, entre outros. Consumida em sua quase totalidade na forma in natura, a banana, não só por seu valor nutritivo como por seu custo relativamente baixo, é um dos frutos mais consumidos no mundo. Para o Brasil, é a segunda fruta mais consumida, sendo produzida praticamente em todos os Estados da Federação, com uma área colhida acima de 520 mil hectares e produção superior a 6,7 milhões de toneladas por ano. São Paulo contribui com a maior produção por estado, com cerca de 1,1 milhão de toneladas por ano (Agrianual, 2000). Além do aspecto nutritivo, a bananicultura também apresenta importância por fixar o homem no campo já que sua produção ocorre durante o ano todo.



A ameaça da Sigatoka Negra



A Sigatoka Negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis é atualmente o principal problema fitossanitário da cultura da banana. Nas plantas atacadas ocorre destruição rápida das folhas, afetando o crescimento e a produtividade das plantas devido ao comprometimento da capacidade fotossintética. As plantas doentes têm a sua produtividade reduzida e a qualidade da fruta é comprometida pela maturação precoce. Nos países tradicionalmente produtores de banana (Costa Rica, Honduras, Equador e México), a Sigatoka Negra modificou drasticamente o sistema de produção e as estratégias de controle da Sigatoka Amarela (forma menos agressiva da doença e de ocorrência generalizada por todas as regiões de cultivo do mundo), aumentando o número de pulverizações anuais de sete para até cinqüenta, elevando o custo de produção.



A Sigatoka Negra foi primeiramente relatada no Brasil em 1998, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant no Estado do Amazonas e foi disseminada rapidamente dentro desse Estado, estando hoje relatada também nos Estados do Acre, Rondônia, Amapá e Mato Grosso. Apesar dos propágulos do fungo serem naturalmente transportados via corrente aérea, esse transporte não é eficiente para disseminá-los a longas distâncias. Acredita-se que a disseminação da doença na região norte do país tenha ocorrido de forma rápida devido ao transporte fluvial de plantas infectadas para áreas ainda indenes. Nas condições climáticas da região Centro-Oeste, acredita-se que a disseminação ocorra principalmente por meio do transporte rodoviário de frutos e mudas. Em Goiás ainda não foi relatada a ocorrência da doença, no entanto, a sua localização geográfica e divisa com o Estado de Mato Grosso coloca-o em uma área de risco, principalmente na divisa e nas rodovias que constituem a rota de transporte de produtos agrícolas provenientes de regiões onde a doença já ocorre. A ocorrência desta doença no Brasil tem impossibilitado legalmente a exportação da fruta para outras regiões indenes, bem como a exportação para outros países, em função das medidas legislativas adotadas em decorrência do estabelecimento da doença. No Estado do Mato Grosso o registro da doença levou a interdição das unidades agrícolas de produção, gerando problemas sociais e econômicos, principalmente em produtores familiares, que vivem da comercialização da banana e que exploram o mercado de outros Estados, ficando impossibilitados de realizar este comércio, gerando conflitos políticos, e exigindo dos governos estadual e federal, soluções para o problema.



A saída emergencial contra a doença adotada por países onde a cultura é conduzida sob alta tecnologia foi a intensificação do controle químico, o que contudo, eleva o custo de produção. Condição bastante diferente de cultivo é encontrada na região Norte do País, onde a banana é cultivada sob pouca tecnologia e empregada integralmente na alimentação das populações de baixa renda. Nessa realidade, a substituição dos cultivares susceptíveis por cultivares resistentes a Sigatoka Negra foi à saída que permitiu a continuidade da bananicultura pelas populações de baixa renda. Essa medida foi possível mediante a sábia ação preventiva de pesquisadores brasileiros que muito antes da chegada dessa doença no Brasil, já conduziam trabalhos de adaptação de cultivares resistentes provenientes de instituições internacionais de pesquisa em bananicultura como a Fundação Hondurenha de Investigação Agrícola. Atualmente as instituições nacionais também desenvolvem cultivares resistentes, alguns inclusive já lançados comercialmente. O melhoramento genético de bananeiras visando variedades resistentes é uma linha de pesquisa prioritária, devido a crescente dispersão da Sigatoka Negra no mundo e ao impacto econômico que representa. O uso de cultivares resistentes é de extrema importância, sendo necessário que se implantem nos sistemas de pesquisa regionais, unidades capazes de desenvolver e selecionar materiais adequados aos hábitos de consumo das diferentes regiões produtoras e consumidoras do país. Em regiões de cultivo onde o controle químico da doença se apresente satisfatórias, medidas de controle culturais deverão ser adotadas conjuntamente ao controle químico para que sua eficiência seja atingida, tais como, o manejo adequado da água, o controle das plantas daninhas, a cirurgia das partes das folhas atacadas e a utilização e manutenção correta da densidade populacional. A utilização de equipamentos adequados para a pulverização, sua calibragem e manutenção corretas são imperiosas. Os produtos utilizados no controle são óleo mineral e fungicida sistêmicos, dentre os quais, novos princípios ativos, mais eficientes e de maior período residual e de mais fácil aplicação estão sendo disponibilizados no mercado.






Outros problemas fitossanitários da bananicultura são a Sigatoka Amarela (Mycosphaerella musicola), o Mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), Moko (Pseudomonas solanacearum), algumas viroses, nematóides (Radopholus similis, Helicotylenchus multicinctus, Pratylenchus coffeae e Meloidogyne spp.) e a broca ou “moleque” da bananeira (Cosmopolites sordidus). As espécies comestíveis do gênero Musa spp. são plantas poliplóides e por conseqüência, são também altamente estéreis, obrigando que sua propagação ocorra de forma vegetativa. Desde épocas remotas, o estabelecimento de novas áreas de cultivo tem sido feito por meio de rizomas inteiros ou fracionados, bem como através de brotações extraídas de lavouras já estabelecidas. Tal método de propagação apresenta o grave inconveniente de ser o principal veículo de disseminação de pragas para os novos bananais.



Projeto de Prevenção da Sigatoka Negra no Estado de Goiás



No ano de 2000, frente à ameaça da entrada da Sigatoka Negra no Estado, iniciou-se o “Projeto de Prevenção da Sigatoka Negra no Estado de Goiás”, com o objetivo de retardar a entrada dessa doença no Estado e salvaguardar as demais unidades da Federação ainda indenes e preparar os agricultores para o manejo da doença caso ela se estabeleça. Trata-se de um trabalho pioneiro no Estado, idealizado por técnicos da Delegacia Federal da Agricultura em Goiás. A execução do Projeto faz parte de uma ação conjunta entre Delegacia Federal de Agricultura em Goiás – Ministério da Agricultura e Abastecimento, Universidade Federal de Goiás – Campus Avançado de Jataí, Embrapa, AGÊNCIARURAL e Associação de Fruticultores de Jataí. O projeto está em andamento desde o ano de 2000 e tem como metas à difusão e transferência de tecnologia em bananicultura (capacitação de técnicos, cursos de atualização para produtores, dias de campo); a introdução e avaliação de cultivares resistentes a Sigatoka Negra nas condições de Jataí-GO, região tipicamente produtora de banana da Terra e monitoramento fitossanitário nas áreas de riscos por meio de barreiras nos postos de fiscalização interestaduais. O município de Jataí, por ter uma produção significativa do cultivar Terra e por possuir uma associação organizada de fruticultores, foi escolhido para a instalação de unidades demonstrativas de tecnologia em bananicultura. Oportunamente, nesse período vinham se intensificando as atividades de pesquisa do recém instalado Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Goiás em Jataí, a qual deu início aos estudos acadêmicos sobre o comportamento fitotécnico dos cultivares resistentes a Sigatoka Negra no Sudoeste Goiano. Também foram iniciadas as atividades de extensão e defesa fitossanitária sob coordenação da AGÊNCIARURAL.



Já foram realizados 3 cursos de aprimoramento tecnológico para engenheiros agrônomos extensionistas e técnicos agrícolas nas áreas de fitossanidade, adubação e condução da cultura. Também foi realizado um Dia de Campo para apresentação dos cultivares resistentes e alguns profissionais da área de fitopatologia receberam treinamento em Manaus para diagnóstico preciso da Sigatoka Negra. Com relação à pesquisa, dois projetos foram submetidos a editais de financiamento e uma bolsa de iniciação científica (PIBIC) já foi aprovada. O Projeto continua em andamento e novas atividades estão previstas, como novos Dias de Campo, cursos e palestras.



A pesquisa em andamento



Na fazenda experimental do Centro de Ciências Agrárias - Campus Avançado de Jataí - UFG e numa propriedade rural estão instalados dois experimentos visando a introdução e avaliação de cultivares de bananeira resistentes a Sigatoka Negra. Na fazenda experimental a cultura é irrigada por microaspersão, conduzida em solo de baixa fertilidade natural, e no produtor rural a cultura é conduzida em sequeiro, em solo de alta fertilidade, simulando as condições adotadas pelos produtores de banana da Terra da região. Os cultivares testados são: FHIA-18, FHIA-1, FHIA-21, Caipira e Thap Maeo. Junto a este experimento também estão sendo comparadas as características do cultivar Terra, que é tradicionalmente cultivado na região. No primeiro ano de experimento, os resultados foram satisfatórios. Os cultivares FHIA-21 e FHIA-1 tiveram os maiores valores de peso de cachos em quilogramas por planta, peso do engaço, comprimento do engaço, diâmetro do engaço, peso da 2a penca, diâmetro do fruto da 2a penca e comprimento do fruto da 2a penca. Os cultivares FHIA-18 e FHIA-21 tiveram uma excelente aceitação no mercado. Os dados parciais dos ensaios de pesquisa serão apresentados no V SIBANANA (Simpósio Brasileiro de Bananicultura) a ser realizado em Paracatu, MG.



Depois de um Dia de Campo da Cultura da Bananeira realizado no Centro de Ciências Agrárias - Campus Avançado de Jataí – UFG em 2002 e do 2o JATAIMILHO em 2003, a procura por mudas dos cultivares resistentes a Sigatoka Negra intensificou, inclusive por produtores de outras regiões do Estado. Além disto, a procura por outras fruteiras, como maracujá, uva, figo, coco, também aumentaram. O Projeto aproximou a pesquisa da Universidade aos trabalhos de extensão e defesa fitossanitária da AGÊNCIARURAL. Esta união reflete hoje no setor produtivo, uma vez que o bananicultor parece estar mais estimulado à adesão de novas tecnologias.



A iniciativa do Projeto e seu pioneirismo demonstram que o Estado está capacitado tecnicamente para o desenvolvimento técnico-científico e torna pública a capacidade de trabalho multidisciplinar dos diferentes órgãos de pesquisa e extensão do Estado.



Cultivares de bananeira resistentes a Sigatoka Negra disponíveis na Unidade Didática do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - Campus Avançado de Jataí – Universidade Federal de Goiás.







--------------------------------------------------------------------





Nomes Populares - Banana (bananeira)



Nome Científico - Musa X paradisíaca L. / família Musaceae.



Origem - Ásia



Partes usadas - Folhas e frutos.



Características da planta - Planta com caule suculento e subterrâneo, cujo "falso" tronco é formado pelas bases superpostas das folhas. Folhas grandes de coloração verde-clara e brilhantes. Flores em cachos que surgem em séries a partir do chamado "coração" da bananeira.



Fruto - Alongado, de casca mole, com a polpa carnosa de coloração amarelada, variável de acordo com a variedade.



Cultivo - Propaga-se por rizoma, por não possuir sementes. Pode ser plantada em todo o território brasileiro durante a estação chuvosa, produzindo o ano todo. As variedades mais cultivadas são: prata, nanica, maçã, terra e pacova. Cresce em áreas com muito sol e não suporta solos encharcados. Um cacho fornece de 5 a 40 Kg, dependendo da variedade.



Conservação - A maioria das bananas é mais doce quando a casca amarela não tem nenhum traço verde e fica cheia de pontinhos marrons. Para retardar o amadurecimento, mantenha as bananas na geladeira; a casca ficará marrom mas a polpa continuará firme e cremosa por alguns dias.





Composição média por 100 gramas





Informações gerais - Quando não maduras, as bananas são, em geral, de cor verde. Seu sabor é adstringente e intragável; diz-se que ela "pega" na boca. Isto porque, antes da sua maturação, as bananas se compõem, basicamente, de amido e água. Tanto é assim que, com a maioria das bananas verdes, pode-se produzir uma farinha extremamente nutritiva, que tem inúmeras aplicações na alimentação. Em seu processo de amadurecimento, a maior parte desse amido contido nas bananas transforma-se em açúcar (glicose e sacarose). E é por isso que, de maneira geral, a banana é uma das frutas mais doces entre todas as frutas.



Bananas, existem muitas. As comestíveis são agrupadas em variedades de acordo com a consistência e a coloração da casca e da polpa. Mas, para cada função ou uso, uma é melhor do que a outra, respeitando-se as preferências regionais e pessoais. Bananas de mesa são, por exemplo, as variedades maçã, ouro, prata e nanica, que na verdade é grande, levando esse nome em virtude da baixa altura da planta em que nasce. Bananas para fritar são as variedades de banana da terra e figo; a nanica, deve ser preparada apenas à milanesa porque, do contrário, desmancha-se na fritura. A banana-chips, novidade deliciosa do norte do Brasil, é feita com a variedade pacova. Banana para cozinhar é especialmente a variedade da terra; e também no norte, a pacova. Banana para preparar a passa é a prata; bananas para compotas são as variedades figo e nanica; banana para bananadas, doces de colher e de cortar, são de preferência a prata, mas também a nanica; banana para farinhas são quase todas quando verdes. Além disso tudo, as bananas entram como ingrediente em uma grande quantidade de pratos salgados típicos das culinárias regionais brasileiras. Considerada por muitos, a fruta perfeita, a banana é fruta de muitas qualidades: amadurece aos poucos, fora do pé, facilitando a colheita, o transporte e o aproveitamento; é fácil de mastigar, nem muito dura, nem muito mole, não dá trabalho para descascar; é fácil de comer e não suja as mãos com sucos e caldos; tem um gosto bom, nem doce demais, nem azeda; não é enjoativa ou indigesta, é altamente nutritiva, bastando umas poucas para matar a fome; e totalmente aproveitável e sem caroços; não tem espinhos, nem fiapos e nem bichos, nasce em todo tipo de solo e pode ser encontrada durante o ano inteiro.






O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de banana. Colhe anualmente, cerca de 570 milhões de cachos, o que corresponde a um volume de pelo menos 15 milhões de toneladas, em uma área plantada de cerca de 500 mil hectares. A tendência, no país, é aumentar a exportação, embora ainda haja espaço para o crescimento do consumo no mercado interno.







Caso deseje adquirir a revista Plantas e Ervas, entre em contato pelo telefone (0xx11) 3931 2254 ou e-mail: dc7estudio@uol.com.br




Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper vem Ointroduzindo e estudando cultivares e clones de bananeira desde 1976, com o objetivo de selecionar plantas resistentes às principais doenças, produtivas e com frutos de qualidade com aceitação comercial.

Em 1982, foi iniciado o Programa de Melhoramento Genético da Bananeira, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical, CNPMF/EMBRAPA, Cruz das Almas-BA, com o principal objetivo de obter híbridos tetraplóides (AAAB) resistentes às principais doenças, além de mais produtivos e com melhor qualidade de frutos. Neste programa, utilizando como parental feminino a cv.

Pacovan, triplóide (AAB) e como parental masculino o diplóide (AA) M53, foram gerados centenas de híbridos tetraplóides, que foram avaliados em diferentes regiões produtoras do Brasil. Alguns destes foram introduzidos e estudados nas Fazendas Experimentais do Incaper, em Alfredo Chaves e Cafundó, de onde se selecionaram as cultivares Vitória e Japira.



Descrição das Cultivares

Essas novas cultivares apresentam a maioria de suas características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, superiores à cultivar Prata e bastante semelhantes à cv. Pacovan. Além disso, são superiores a estas cultivares quanto à reação às doenças, sendo resistentes à sigatoka-amarela, à sigatoka-negra e ao mal-do-panamá.

As novas cultivares foram avaliadas nos últimos 10 anos em diferentes ecossistemas, no Espírito Santo (Incaper), na Bahia (Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical) e no Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental), em confronto com as cultivares suscetíveis às doenças, tendo apresentado características agronômicas semelhantes e/ou superiores, especialmente às da ’Prata’ e ’Pacovan’. Com praticamente o mesmo porte da ’Prata’, são plantas vigorosas e podem ser cultivadas nos mesmos espaçamentos e seguindo as mesmas recomendações técnicas usadas na ‘Prata’. Apresentam bom perfilhamento, bom desenvolvimento e crescimento, produzindo frutos de excelente qualidade para o mercado.

As análises químicas dos frutos revelaram que suas características relativas à acidez (ATT) e ao amido foram similares às da banana ’Prata’, tendo uma maior “vida de prateleira”, após a colheita, além de maior resistência à antracnose, o que pode facilitar a sua adoção pelos produtores e preferência pelos consumidores.

As cultivares Vitória e Japira vêm suprir a lacuna deixada pela ausência de uma cultivar do subgrupo Prata resistente a sigatoka-negra, doença que hoje ameaça praticamente todo o território nacional, possibilitando, assim, disponibilizar para os bananicultores e consumidores novas alternativas economicamente viáveis.



Principais características das cultivares Vitória e Japira, comparada com as cultivares Prata e Pacovan, segundo a média dos dados coletados no Espírito Santo, Bahia e Amazonas Ocidental








O Incaper mantém um campo de produção de mudas na Fazenda Experimental de Alfredo Chaves, para implementar pomares clonais, em cooperação com a SEAG, prefeituras municipais, cooperativas e associações de produtores, visando à distribuição de mudas para os bananicultores. Matrizes destas cultivares, estão também disponíveis na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.



EQUIPE TÉCNICA

José Aires Ventura - Pesquisador do Incaper, Doutor em Fitopatologia

Sebastião de Oliveira e Silva - Pesquisador da Embrapa, Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas

José Antonio Gomes - Pesquisador do Incaper, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas

Renato José Arleu - Pesquisador do Incaper, Doutor em Entomologia

Hélcio Costa - Pesquisador do Incaper, Doutor em Fitopatologia

Luadir Gasparotto - Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Doutor em Fitopatologia

José Clério Rezende Pereira - Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Doutor em Fitopatologia

Mirza Carla N. Pereira - Pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Mestre em Produção Vegetal

Braz Eduardo V. Pacova - Pesquisador Embrapa/Incaper, Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas



Agradecimentos: Ao Técnico Agrícola Jomar Luiz Roversi pelo apoio na condução dos trabalhos de campo.



DOCUMENTO Nº 142

ISSN:

Editor: DCM-Incaper

Tiragem: 3.000

Vitória-ES

Agosto, 2005

1519-2059


--------------------------------------------------------------------



Licor de banana - I. Ingredientes 6 bananas; ½ kg de açúcar; ½ litro de água e ½ litro de álcool a 42ºC. Modo de preparar Dissolva o açúcar na água. …

www21.sede.embrapa.br/receitas/banana/index_html/bebidas_html/getView



Veja a receita que rende até um litro de licor de banana.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

REDUCES THE USE OF PESTICIDES

The study of animals, in this case the insects, can bring benefit to the management of crops, because it reduces the use of pesticides, contributing to the quality of the product. To illustrate the importance of zoological knowledge, we can mention the technique based on biological control, which is the use of natural enemies to control insectivorous pests. The application of this method is intrinsically linked to the knowledge of the trophic ecology of the species involved.

For example:


- There is an aphid (Aphis gossypii Glover) infesting cotton crops in the Federal District. In a study by EMBRAPA (2005), could be seen that species of ladybugs can be used to control populations of this species of aphid. The use of biological control has many advantages such as reduced spending by low consumption of insecticide and low implementation cost, absence of harmful effects to human health and no development of resistance to natural enemies as with chemicals.

By Biologist Valdemir Mota de Menezes, The Scribe.

PRAGAS DA NATUREZA

AS PRAGAS DA NATUREZA

 ------------------------------------------

A informação abaixo o Escriba Valdemir Mota de Menezes obteve no curso de Licenciatura em Biologia, pela Universidade Metropolitana de Santos (Aula Zoologia Aplicada - Os invertebrados I)


Como observamos anteriormente, na disciplina Tópicos Especiais em Biologia I, a zoologia se encarrega do estudo dos animais. Nesta aula vamos estudar algumas das diversas aplicações da Zoologia, com ênfase nos invertebrados. Desde o início da agricultura, que começou próxima aos Rios Nilo, Tigre, Eufrates, Amarelo e Azul, quando a civilização humana era diminuta em relação ao número atual, o ser humano vem desenvolvendo técnicas cada vez mais avançadas para elevar a produção agrícola e, ao mesmo tempo, todos os anos, pesticidas são lançados às toneladas nas lavouras para controlar as pragas que devastam as plantações. Na maioria dos casos, essas pragas que surgem nas lavouras são insetos, mas, do ponto de vista ecológico, os insetos não podem ser considerados como pragas, pois eles têm um importante papel na manutenção do equilíbrio ecológico (CROCOMO, 1990). Por outro lado, a forma com que o ser humano desenvolve a agricultura não permite que o ecossistema agrícola permaneça em equilíbrio, já que a manutenção deste equilíbrio depende da estabilização da vegetação, o que não ocorre devido à necessidade da retirada, ou seja, da colheita da lavora. O estudo dos animais, neste caso os insetos, pode trazer benefício para o manejo das lavouras, pois diminui o uso de agrotóxicos, contribuindo para a qualidade do produto colhido. Para exemplificar a importância do conhecimento zoológico, podemos citar a técnica baseada no controle biológico, que consiste no uso de inimigos naturais para o controle de pragas insetívoras. A aplicação deste método está intrinsecamente ligada ao conhecimento da ecologia trófica das espécies envolvidas. Por exemplo: - Existe uma espécie de pulgão (Aphis gossypii Glover) que infesta as lavouras de algodão do Distrito Federal. Em um estudo realizado pelo EMBRAPA (2005), pôde se constatar que espécies de joaninhas podem ser utilizadas para controlar populações desta espécie de pulgão. A utilização do controle biológico traz muitas vantagens como diminuição do gasto pelo baixo consumo de inseticida e baixo custo de implementação, ausências de efeitos prejudiciais à saúde humana e o não desenvolvimento de resistência aos inimigos naturais como ocorre com os produtos químicos. Uma limitação do uso da técnica de controle biológico é que os verdadeiros resultados gerados por este tipo de ação só poderão ser visualizados após um longo período. Algumas espécies animais, além de prejudicar as lavouras, podem trazer doenças aos seres humanos, é o caso de Achatina fulica (Bowdich, 1822), mais conhecido como caramujo africano. Esta espécie de molusco é uma praga introduzida no Continente Americano que já devastou lavouras em vários países (VASCONCELLOS & PILE, 2001). Segundo TELES et al. (1997), foi introduzido no Brasil para criação em cativeiro, com o objetivo de comercialização para restaurantes especializados, mas o produto não foi bem aceito no nosso país e os criadores abandonaram o negócio, com isso, a praga se alastrou por várias partes do país, chegando até as regiões entre marés (SANT’ANNA et al., 2005), servindo de recursos de concha para organismos marinhos como os ermitões. Esta espécie, além de destruir lavouras, pode transmitir doenças como a meningite eosinofílica ou angiostrongilíase meningoencefálica (VASCONCELOS & PILE, 2001). Apesar do perigo que esta espécie pode trazer para os seres humanos, até o momento não foi desenvolvida uma técnica eficaz para o controle desta praga, atualmente é feita por meio de recolhimento dos espécimes que são colocados em sacos plásticos com sal, sendo encaminhados “mortos” para os lixões. Este é apenas um exemplo de que são necessários mais estudos sobre esta espécie para que possamos desenvolver técnicas mais eficientes de combate a esta praga introduzida na fauna brasileira. Como você pôde observar no exemplo acima, estudos zoológicos são fundamentais para a manutenção do bem estar humano!