terça-feira, 5 de novembro de 2013

CRAVO-DA-ÍNDIA

Cravo da India (Syzigium aromaticum)

Nome Técnico: Syzigium aromaticum (L) Merril & Perry
Sin.: Eugenia Caryophillus Thunb., Eugenia aromaticus L, entre outras.
Nomes Populares : cravo-da-índia, cravo
Família : Angiospermae – Família Myrtaceae
Origem: Originária da Índia.

Cravo da India - Descrição:

Árvore de pequena altura pode crescer até 10,0 metros, tem copa densa de forma ovalada e tronco ereto.
Cravo da India florSuas folhas são simples, ovais, coriáceas, brilhantes e perfumadas.
As flores são tubulares, avermelhadas, com inúmeros estames brancos.
Os frutos são aromáticos e têm uma semente por fruto, com baixo poder germinativo.
Floresce na primavera.
Os botões florais secos são os nossos conhecidos cravos-da-índia.

Modo de Cultivo:

É cultivada de modo comercial na região leste e sudeste no Brasil, mas poderá ser cultivada em jardins e para arborização de ruas, devido à sua pouca altura.
O cultivo desta planta, tanto ornamental como comercial precisa ter a região adequada, pois não tolera frio nem geadas.
O craveiro é de clima quente, com temperaturas médias de 22 a 25 ºC, umidade relativa do ar em torno de 80% e precipitações anuais regulares ao longo do ano, com índices de 1500 mm.
Altitudes de até 200 metros acima do nível do mar e insolação de 173 a 248 horas, delimitam bastante seu cultivo.
O solo deverá ser bem drenado de boa fertilidade e profundo.
Para plantar, abrir uma cova com o dobro do tamanho do torrão, colocar areia no fundo e cerca de 2 a 3 litros de adubo animal de curral bem curtido misturado com composto orgânico.
Regar o fundo da cova antes de colocar o torrão.
Ao redor da planta preencher com mistura de composto orgânico e adubo animal misturados.
Regar após o plantio.
Em regiões quentes, colocar a terra que sobrou do buraco ao redor, fazendo uma bacia.
Regar todos os dias por um mês até a muda apresentar desenvolvimento.
Depois espaçar as regas ou usar rega por gotejamento.

Uso em culinária

Cravo da India
O cravo-da-índia é muito empregue em doces em calda, para aromatizar leite na confecção de cremes.
Mas é também muito bom fazer chá com cravos e cascas de maçã, podendo ser consumido quente ou gelado.
O perfume do cravo é proveniente principalmente de um dos componentes, o eugenol.
Também é conhecido como bacteriostático, sendo muito empregue em remédios para uso dentário.

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Cravo-da-índia
Pouco explorada por aqui, a especiaria tem na sua produção importante atividade sócio-econômica nas áreas de plantio 

Texto João Mathias
Consultor Célio Kersul do Sacramento*


Chega o fim de ano e as comemorações são sempre com muita comida, desde as tradicionais às mais diferentes. Muitos aproveitam a época para experimentar uma nova combinação de receita, misturar o doce com o salgado, a fruta com a carne, ou ainda arriscar temperos que dão aquele toque a mais à refeição especial.Mais usado em sobremesas, como doces caseiros de abóbora, mamão verde, cidra e de casca de laranja, o cravo-da-índia tem reservado seu lugar no período de festas e também como ingrediente ou item decorativo dos pratos principais. Aromático e de sabor ligeiramente amargo, o cravo-da-índia (Syzygium aromaticum L.) pertence à família das mirtáceas. É produzido por árvore de grande porte, que pode atingir até 15 metros de altura e durar mais de cem anos.
No Brasil, o cultivo comercial da planta está concentrado principalmente nas cidades de Valença, Ituberá, Taperoá, Camamu e Nilo Peçanha, localizadas na região do baixo sul do Estado da Bahia, além do município de Una, mais ao sudeste baiano. Os craveiros vão bem, sobretudo, em áreas próximas ao litoral até a altitude de 200 metros acima do nível do mar. Contudo, solos de baixada e alagadiços devem ser evitados. Os mais recomendados são os argilosos, profundos, de boa fertilidade e bem drenados.
Os craveiros atingem 15 metros de altura e duram mais de cem anos
Produzida na maior parte por pequenos agricultores, a cultura responde por importante atividade sócio-econômica onde está instalada. As vendas dos botões florais secos são destinadas para uso culinário, medicinal e de perfumaria. O cravo-da-índia é digestivo, antiinflamatório, cicatrizante e analgésico, além de contar com óleos essenciais que ajudam na eliminação de bactérias bucais e melhora do hálito.
Embora os botões possam ser colhidos manualmente, o método químico é o mais indicado por facilitar o processo. Com a aplicação de um produto que gera etileno, os botões florais são derrubados em três dias. Por isso, recomenda-se estender sob a copa dos craveiros telas tipo sombrite para a coleta. Por meio desse sistema, são colhidas de 60 a 80 plantas por dia, volume muito superior às 10 plantas realizadas pelo sistema tradicional.
RAIO X
SOLO: argilo-silicosos, profundos, férteis e bem drenados
CLIMA: temperatura média de 25 graus
ÁREA MÍNIMA: dois hectares
COLHEITA: a partir do quarto ano de plantio
CUSTO: 20 reais o quilo (de 300 a 400 sementes)
MÃOS À OBRA
INÍCIO - o cravo-da-índia é propagado por meio de sementes, também conhecidas como cravão. Podem ser adquiridas nas regiões produtoras de dois a três meses após a realização da colheita.
SEMEADURA - a semente germina melhor quando a polpa é eliminada. Para facilitar a retirada da polpa, mantenha o cravão em recipiente com água por 24 horas. Em seguida, coloque as sementes diretamente em saquinhos de polietileno preenchidos com mistura de terriço e esterco curtido. Mantenha o material sob sombreamento de 50% e irrigue com freqüência. De 10 a 15 dias é o tempo que leva para ocorrer a germinação das mudinhas.
PLANTIO - as mudas podem ser plantadas ao atingirem 30 centímetros de altura, o que ocorre de oito a 10 meses após a semeadura e nos meses mais chuvosos. Escolha as mudas mais vigorosas e bem formadas para o local de plantio, que deve ser sombreado durante os primeiros dois anos para proteger as plantas da incidência do sol.
AMBIENTE - regiões próximas ao litoral, com até 200 metros de altitude acima do nível do mar, são ideais para o plantio de craveiros. O bom desenvolvimento da planta também é beneficiado pelos ambientes com temperatura média de 25 graus, umidade relativa do ar não muito elevada e chuvas bem distribuídas acima de 1.500 milímetros.
ESPAÇAMENTO - as medidas utilizadas para o espaçamento entre plantas dependem da fertilidade do solo. As mais comuns são 8 x 8 metros e 10 x 10 metros. Recomenda-se tamanho de covas de 40 x 40 x 40 centímetros. Devem ser abertas e adubadas de 30 a 45 dias antes do plantio.
ADUBAÇÃO - a adubação deve ser feita de acordo com a análise do solo. Em geral, utilize 10 litros de esterco curtido de bovino e 150 gramas de superfosfato simples. Na Bahia, a aplicação que tem sido indicada, em cobertura, é de 200 gramas da fórmula 11-30-17 (NPK), e, a partir do quarto ano, aumentar a quantidade para 1 quilograma.
CUIDADOS - na fase inicial do cultivo, procure controlar plantas invasoras, por meio de coroamento e roçagem. Evite ainda a possibilidade de ataques de formigas, com a aplicação de formicida granulado ou em pó, e da broca do caule, com produtos específicos encontrados em lojas de produtos agropecuários.
PRODUÇÃO - quando o plantio é bem manejado, a produção inicia-se no quinto ano. A colheita ocorre de novembro a janeiro, mas pode variar de acordo com as condições climáticas do local de cultivo. Os botões florais devem ser colhidos quando apresentarem a cor rosada, antes da abertura da flor. No sistema manual, são utilizadas escadas para colher 40 quilos de cravos por dia, ou 6,5 quilos de cravo seco. Com a pulverização de ácido etilfosfônico, os botões florais caem entre o terceiro e o quinto dia após a aplicação. Como o produto não é tóxico, não causa danos à saúde humana nem ao meio ambiente.

*Célio Kersul do Sacramento é engenheiro agrônomo, doutor em produção vegetal e professor titular da UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Ilhéus-Itabuna, km 16, CEP 45650-000, Ilhéus, BA, tel. (73) 3680-5347,kersul@uesc.br
Onde comprar: as sementes podem ser adquiridas de agricultores dos municípios que produzem cravos, cujos contatos podem ser obtidos com escritórios locais da Ceplac.
Mais informações: Ceplac - Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, Rodovia Ilhéus-Itabuna, km 22, Caixa Postal 07, CEP 45640-970, Itabuna, BA, tels. (073) 3214-3000 e 3214-3001

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