terça-feira, 1 de outubro de 2013

CENOURA

Cenoura


Clima e Solo

semente da cenoura germina muito bem a uma temperatura constante de 10ºC até 30ºC. A 10ºC, a germinação inicia dezessete dias após a semeadura, e a 30ºC, aos seis dias. A 35ºC, ela é regular, entre oito e nove dias, mas a 40ºC não há germinação.

Quando, após a germinação, a temperatura se eleva bastante e há aquecimento excessivo da superfície do solo, a região do colo é queimada e muitas plantas morrem. A fim de diminuir os efeitos maléficos da forte insolação, deve-se semear em fileiras e proteger o solo, entre as plantas, com cobertura morta, como capim seco sem sementes, palha dos arrozais, etc.
Estudos efetuados nos Estados Unidos mostraram que a temperatura tem influência sobre as raízes, que apresentam melhor desenvolvimento e coloração quando a média mensal da temperatura varia de 15,5 a 21ºC. Verificou-se, ainda, que baixas temperaturas médias conduzem à formação de raízes mais compridas que o normal, acontecendo o contrário quando as temperaturas médias são elevadas.

No Estado de São Paulo, é possível colher cenoura de boa qualidade o ano todo, desde que sejam tomados os cuidados necessários ao bom êxito da cultura.

A cenoura em germinação e quando nova, é muito fraca e fatores adversos podem causar falhas na cultura. Assim, o vento excessivo, secando a superfície do solo, cria uma crosta difícil de ser rompida pela semente em germinação. Também a chuva excessiva e forte, comum no período mais quente do ano, logo após a semeação, causa a compactação do solo dificultando a germinação.

Esses dois fatores adversos podem ter seus efeitos diminuídos pela cobertura morta do solo, que será retirada ao iniciar-se a germinação.
O solo, para o cultivo da cenoura, deve ser rico em elementos minerais, matéria orgânica, profundo, com propriedades físicas ideais para que as raízes tenham rápido desenvolvimento, sem encontrar obstáculos.

Como essa planta é ligeiramente tolerante à acidez do solo, são recomendáveis os terrenos cujo pH esteja entre 5,5 e 6,8.

Os solos pesados, para produzir boas cenouras, necessitam de adubos orgânicos que melhorem suas propriedades físicas, tais como esterco curtido, composto curtido, etc.

A terra para semeação precisa ser bem destorroada. Para isso, após a aração, deve ser trabalhada diversas vezes com grade ou rastelo. Sendo as sementes de cenoura pequenas - um grama, em média, possui 950 sementes - só é possível haver boa germinação e bom crescimento em terreno bem preparado.


Plantio

As sementes de cenoura são encontradas nas casas comerciais importadoras, que as recebem da Europa e dos Estados Unidos.

Um grama de sementes de cenoura contém 900 a 1000 sementes. Aquelas com boa viabilidade, após a colheita, dão plantas normais em quantidade satisfatória até três anos, e manterão esta germinação por muito tempo se conservadas em condições apropriadas de armazenamento: estas são em geral, o inverso das melhores condições para germinação e seus dois mais importantes fatores são o teor de umidade da semente e a temperatura do local de armazenamento.

A boa semente de cenoura deve ter mais de 80% de poder germinativo; aquelas com 55% de poder germinativo são consideradas como de condição mínima para obter boa plantação, e, antes do plantio, devem ser desinfetadas com fungicidas seco ou outro produto similar.

A semeadura é efetuada diretamente no local definitivo, em terreno bem preparado, a profundidade de meio a um centímetro, a lanço ou de preferência, em sulcos. Estes devem ser feitos no sentido da largura do canteiro de semeação, que deve ter de um a um metro e vinte de largura e dez a quinze metros de comprimento, deixando-se, entre eles, um caminho de trinta a quarenta centímetros.

Nos sulcos, espaçados de vinte centímetros entre si, as sementes são uniformemente distribuídas, cobrindo-se com terra do próprio canteiro e apertando-se ligeiramente.

A semeadura pode ser efetuada em espaçamentos maiores entre as fileiras, de trinta e cinqüenta centímetros, a fim de permitir tratos mecânicos.

A semeação em sulcos facilita a germinação das sementes, bem como os trabalhos de limpeza de ervas daninhas, e permite a escarificação do solo entre as plantas, para facilitar a penetração da água de irrigação ou chuva.

Se as sementes possuírem 80% ou mais de poder germinativo, devem se colocar dois gramas delas por metro quadrado de canteiro. Assim, um hectare (10.000m2) de canteiro necessitará 20 quilos de sementes.

A semeadura a lanço, embora mais fácil de ser feita do que em sulcos, apresenta as seguintes desvantagens: maior dificuldade na germinação de sementes, que devem nascer isoladamente (no sulco); o rachamento do solo permite a germinação das mais fracas ou situadas mais profundamente; impossibilidade de se fazer escarificações, e dificuldades em limpeza manual ou mecânica das ervas más.

Ambos os sistemas de semeação permitem o emprego de herbicida seletivo; aquele em sulco, porém, é mais econômico porque a pulverização deve ser feita somente na linha de plantio. Entre as fileiras, o mato é eliminado capinando com sachos.

Muitas vezes, o lavrador desconhece o poder germinativo da semente que adquire; em conseqüência, ou coloca muita semente com ótimo poder germinativo, em determinada área, e as plantas nascem amontoadas aumentando o trabalho de desbaste, ou age ao contrário e elas nascem muito afastadas entre si.

Convém, pois, conhecer previamente o poder germinativo da semente. Um meio prático, para tanto, consiste no seguinte: colocar, em uma pequena lata (1L) vazia, até a metade, areia e, sobre esta após umedecê-la um pedaço de mata-borrão que contém cem sementes representando uma amostra fiel.
Conservar a lata em local claro, mas sem luz direta, cobrindo-a com um pedaço de vidro de janela e mantendo úmido o mata-borrão. Contar as sementes germinadas, oito a dezesseis dias mais tarde, tendo, assim aproximadamente, o seu poder germinativo, em porcentagem.

Quando a área for pequena, após a semeadura, no intuito de evitar a formação de crostas terra, é recomendável cobrir o solo com capim seco, sem sementes, retirando-o logo no início da germinação.

Logo em seguida à semeação, irriga-se diariamente até a germinação completa, a qual espaçam-se as regas, de acordo com a necessidade.
É muito difícil semear a cenoura na distância em que deve ficar, assim para se obter um bom número de plantas, é necessário semear uma quantidade ligeiramente superior à desejada, o que exigirá o desbaste. É recomendável que se efetuem dois desbastes: o primeiro: de quinze a vinte dias após a germinação, deixando as plantas espaçadas de dois a três centímetros na fileira, e o segundo: de quinze a vinte dias depois do primeiro aumentado o espaçamento na fileira, para cinco a seis centímetros. Em grandes culturas, a fim de diminuir o gasto com a mão-de-obra, fazer apenas um desbaste, cerca de trinta dias após a germinação, ficando as plantas distanciadas de cinco a seis centímetros na fileira.
Entretanto, o espaçamento entre as plantas na fileira, depende do tipo de solo. Assim em solos soltos, as plantas podem ficar juntas do que naqueles pesados, argilosos, porque a cenoura, para se encontra mais facilidade no primeiro tipo de terra.
A consorciação pode ser feita com feijão, tomate, rabanete, alface, manjerona e ervilha. A rotação deve ser feita com hortaliças de outras famílias e plantas adubadeiras-leguminosas. A cebola, cebolinha, alho-poró, alecrim e salvia ajudam a repelir as pragas.







cenoura Colheita e Embalagem

Ao se fazer o segundo desbaste, algumas raízes tenras poderão ser aproveitadas para vários usos domésticos, e, nas grandes plantações comerciais, para a alimentação dos animais. As colheitas nas pequenas plantações são efetuadas a mão ou com a ajuda de enxadão. Nas grandes culturas comerciais, aconselha-se o emprego por pessoa habilitada do enxadão ou do arado, “bico-de-pato”. O melhor mesmo é arrancá-las a mão. As plantas estão em condições de ser colhidas quando as folhas inferiores começam a amarelar ou secar e as superiores se abrem, chegando a encostar as pontas na superfície do solo. A colheita das variedades de média precocidade, tipo “Nantes”, começa desde oitenta dias, a contar da semeadura, com cenouras ainda em crescimento e se prolonga por mais vinte a quarenta dias, quando estão bem desenvolvidas. Na época mais fria do ano, a germinação e o crescimento são mais lentos do que quando a temperatura se eleva mais. A produtividade da cenoura é dependente de vários fatores, já citados em capítulos anteriores a saber: variedade, clima, época de plantio, adubação, solo, tratos culturais, etc. Contudo, cultivando-se tecnicamente e usando a variedade adequada, como a Nantes, pode-se colher até 3,5kg/m2 de cenoura (sem folhas). Embalagem: As cenouras, para venda em pequenas quantidades, podem ser lavadas e amarradas com folhas, em maços de cinco a oito, conforme o tamanho. Para grandes quantidades, depois de cortadas as tolhas, as cenouras são lavadas e selecionadas, eliminando-se as defeituosas e com ferimentos. Deve-se usar caixas de madeiras ou plástica. As dimensões da caixa de madeira são, em média, 35cm(altura)x 49cm(comprimento)x 24cm(largura), com peso médio de 4,3kg, comportando 438 cenouras da variedade “Nantes”, sem folhas, com peso médio de 61 gramas ainda não completamente desenvolvidas, finalizando um peso líquido total de 26,8kg. Quando as raízes são bem desenvolvidas, cada caixa comporta o peso líquido de 23 a 24 kg. Para transporte a grandes distâncias, é mister usar gelo moído entre as camadas de cenoura ao se fazer a embalagem. Já nos ou caminhões, espalhar grandes pedaços de gelo de quinze a vinte centímetros de espessura, sobre a camada superior das caixas. Para armazenagem recomendam-se as temperaturas de 0ºC e a umidade relativa do ar entre 90 e 95%. Empilhadas de forma a permitir a circulação de ar entre as caixas, as cenouras podem conservar-se por vários meses, porém, murcham com baixa umidade, mesmo com temperatura recomendável. Nos refrigeradores domésticos, quando guardadas em sacos plásticos, a conservação é boa, caso contrário murcham em poucos dias.


Cenoura


Generalidades

A cenoura é botanicamente classificada como Daucus carota, L., da famíliaUmheliferae, originária da Europa e da Ásia. É a principal hortaliça, cuja parte comestível é a raiz.
Segundo o francês Laumonnier, sua cultura remonta a mais de dois mil anos, entretanto, na França, somente após o século XVI começou a se expandir, sendo que a maioria das variedades melhoradas foi obtida depois de 1958.

Extensivamente cultivada nos países civilizados, especialmente nos de clima  temperado, tornando-se bastante popular após a década de 40, ocupando áreas consideráveis em alguns países.

Sua importância aumenta à medida que se torna mais conhecida como excelente alimento de proteção, rica em vitaminas e sais minerais, recomendado pelos médicos especialmente para alimentação de crianças e pessoas anêmicas.

No Brasil, essa hortaliça é cultivada nos Estados do sul e sudeste, destacando-se o de São Paulo, onde se encontram plantações em quase todos os municípios. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário