sábado, 8 de junho de 2013

ABACATEIRO

Abacate

O abacateiro tem vida longa e oferece frutos saborosos – ricos em vitaminas, sais minerais e outras substâncias benéficas à saúde

Texto João Mathias*
Consultor Tadeu Graciolli Guimarães*



Se dependesse da cor da casca, o abacate (Persea americana L.) jamais seria consumido. Algumas variedades da fruta conservam o tom verde em todas as etapas de seu cultivo até a venda no varejo. Outras possuem coloração arroxeada, que pode evoluir para o marrom. Para saber se está madura, a consistência da fruta deve estar menos firme, cedendo ao toque dos dedos. Quando aberta, revela uma polpa amarelo-esverdeada, macia, saborosa e muito apreciada no mercado.
Dotado de benefícios, o abacate é rico em vitaminas, minerais como ferro, cálcio e fósforo, fibras solúveis, fitoesteróis e lipídios (óleo). Monoinsaturados, os lipídios auxiliam na redução dos níveis do colesterol ruim e na elevação do colesterol bom. Entre as frutas frescas, o abacate é o mais rico em proteínas, podendo auxiliar em dietas que visem ao aumento da massa muscular.
Os brasileiros estão mais acostumados a consumir abacate in natura ou batido com leite, mas a fruta pode ser ingrediente de outras receitas culinárias. Em países como México, Peru, Venezuela e Espanha, o uso mais comum do abacate é em forma de saladas, acompanhando pratos salgados.
Com comprimento que varia de 15 a 20 centímetros e peso que atinge até 1,5 quilo, a fruta tem formato oval e possui caroço grande e liso. A árvore que dá origem ao abacate tem copa aberta, ramos bifurcados e altura que pode chegar a 20 metros, além de muita longevidade. Em plantas de pé--franco (mudas obtidas do plantio de sementes, sem enxertia), o florescimento e a frutificação iniciam-se em torno dos cinco anos de idade, enquanto que, em plantas enxertadas, a produção de frutos pode começar dois anos após o plantio.
O principal centro de origem do abacateiro localiza-se no México e na América Central, estendendo-se até Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Nos séculos XVI e XVII, a planta foi introduzida aqui, mais especificamente no estado do Rio de Janeiro. Fruteira de clima subtropical, adaptou-
-se aos diferentes climas e solos existentes no país, o que justifica sua ampla distribuição pelo território. Plantios comerciais se destacam nos estados de São Paulo, onde está o maior volume de produção, e Minas Gerais.
RAIO X
SOLO: rico em matéria orgânica, adubado, permeável e profundo
CLIMA: subtropical ou tropical úmido, com temperaturas diurnas entre 18 e 25 graus célsius e noturnas entre 12 e 20 graus célsius
ÁREA MÍNIMA: duas plantas de tipos florais diferentes em quintais de residências ou até mesmo em vasos em coberturas de apartamento; no caso de uma planta, é importante assegurar a existência de outro tipo floral na vizinhança
COLHEITA: em plantas enxertadas e bem cuidadas, a produção de frutos começa dois anos após o plantio
CUSTO: O preço das mudas varia entre R$ 5 e R$ 20, de acordo com o porte da planta, a variedade, o mercado local e a distância do viveiro
MÃOS À OBRA
>>> INÍCIO adquira mudas de qualidade, de viveiros certificados. Escolha cultivares com processo de polinização diferente entre si, para que haja frutificação quando atingirem a idade adulta. Enquanto variedades como simmonds, fortuna, ouro-verde e wagner têm as flores abertas pela manhã, outras como pollock, quintal e linda abrem somente à tarde.
>>> PROPAGAÇÃO plante as sementes do porta-enxerto em sacos plásticos de 20 cm de diâmetro por 40 cm de altura, em substrato composto por duas partes de terra argilosa e uma de esterco a 5 centímetros de profundidade. Mantenha as plantas em ambiente arejado e com sombreamento moderado, com cerca de 50% de luminosidade. Quando o caule tiver um centímetro de espessura e altura de 10 a 15 centímetros do solo, faça a enxertia com os ramos de matrizes. Elimine o caule do porta-enxerto por meio de um corte em bisel (inclinado) e, no tecido exposto, una o ramo da planta matriz também cortado em bisel. Cubra com plástico para não perder umidade até começar a brotação, entre 30 e 40 dias.
>>> TRANSPLANTE deve ser feito no início da estação chuvosa, assim que a muda atingir de 40 a 50 centímetros de altura, o que leva entre 10 e 18 meses após a semeadura. Para cultivares de copa frondosa, recomenda-se espaçamento de 10 m x 10 m, enquanto para plantas que possuem copa menos vigorosa, ou que se pretende podar regularmente, de 6 m x 7 m.
>>> AMBIENTE a área de plantio deve contar com solo permeável, profundo e adubado, além de ser um local arejado e, ao mesmo tempo, com proteção contra rajadas de vento e ocorrências de geadas.
>>> CUIDADOS realize podas de limpeza da copa para aumentar o arejamento e evite irrigação em excesso. A irrigação é importante especialmente em períodos de elevadas temperaturas. Deve-se irrigar uma vez por semana. No inverno, pode ser suspensa por dois meses. Recomenda-se usar cobertura morta de palha ou capim seco em volta da planta, sem, no entanto, cobrir a base do tronco.
>>> POLINIZAÇÃO apesar de serem hermafroditas - flores masculinas e femininas na mesma inflorescência -, as variedades de abacate apresentam comportamentos distintos quanto ao período do dia no qual ocorre abertura das flores. Algumas cultivares abrem as flores femininas pela manhã e as masculinas à tarde, enquanto outras apresentam comportamento inverso. Assim, no pomar de abacateiro é preciso ter dois tipos da planta para garantir a fecundação das flores.
>>> PRODUÇÃO os abacates não amadurecem na árvore, por isso, quando algumas frutas começarem a cair, está na hora da colheita. No entanto, a colheita só ocorre a partir do terceiro ano de cultivo e dura de dois a três meses.

*Tadeu Graciolli Guimarães é engenheiro agrônomo, doutor em fitotecnia, pesquisador em fruticultura da Embrapa Cerrados, BR-020, km 18, C.P. 08223, Planaltina, DF, CEP 73310-970, tel. (61) 3388-9864, graciolli@cpac.embrapa.br
Onde comprar: secretarias de agricultura das prefeituras indicam viveiristas credenciados
Mais informações: IAC-APTA - Centro de Fruticultura do Instituto Agronômico, tel. (11) 4582-7284; e Portal Toda Fruta (www.todafruta.com.br), da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp (Universidade Estadual Paulista), Jaboticabal, SP

PALMITO ASSADO






Palmito assado, veja a receita

PROCESSAMENTO DO PALMITO

Nossa equipe mostra como funciona esse empreendimento que consegue aquecer a economia do município e ainda preservar áreas de mata nativa

terça-feira, 4 de junho de 2013

CLIMATIZAÇÃO DE BANANA COM ETEFON

Tradicionalmente, a climatização de banana (indução e uniformização da maturação) é feita utilizando-se carbureto de cálcio, o qual libera o acetileno, quando umedecido. A técnica consiste em empilhar as pencas, colocar o carbureto umedecido em volta das mesmas, cobrindo-as com lona plástica. O inconveniente desta técnica reside no fato de que o empilhamento causa danos na casca dos frutos pelo atrito entre as pencas, durante o manuseio. Os danos causados pelo atrito aparecem no fruto maduro na forma de listas ou manchas pretas, o que deprecia a qualidade do produto para comercialização.


Nos setores da cadeia produtiva da banana com elevada tecnificação, utiliza-se o etileno, um gás com vários efeitos sobre os vegetais, dentre os quais a indução da maturação de bananas. A técnica para utilização deste gás requer instalações sofisticadas e mão-de-obra qualificada para a correta dosagem do gás. Estes motivos tornam o acesso a esta técnica inviável aos agricultores familiares.
Uma alternativa para o carbureto de cálcio é o uso de etefon (ácido 2-cloroetilfosfônico), princípio ativo dos produtos comerciais Ethrel e Arvest, os quais liberam o etileno na casca dos frutos. Estes produtos são de baixa toxidez, faixa azul na concentração industrial. Na climatização são usados em baixíssimas concentrações, inferiores a 1%, não oferecendo riscos durante o manuseio. Eventuais resíduos que possam permanecer na polpa da banana não causam intoxicação após a sua ingestão.


O etefon, substância líquida, é de fácil uso e requer apenas um galpão simples já existente na propriedade ou construído para tal fim, água limpa sem salinidade e tanque para a submersão das bananas na solução de etefon. O tanque pode ser de alvenaria, de fibra de vidro e de plástico, os quais podem ser substituídos por tonéis. A quantidade de etefon (produto comercial contendo 240 g/L do princípio ativo) depende da concentração e do grupo de cultivares de banana.


Para o grupo Cavendish (Nanica, Nanicão e Grande Naine) e Maçã (Maçã, Enxerto, Caipira), recomenda-se 2.000 mg/L (833 mL para 100 litros de água) e para as cultivares do grupo Terra e Prata (Terra, Terrinha, Prata, Prata Anã, Pacovan, Pioneira e Thap Maeo), utiliza-se 500 mg/L (208 mL para 100 litros de água). Para o tratamento conjunto dos três grupos, utiliza-se a concentração mais alta (2.000 mg/L). Uma mesma solução de etefon mantida no tanque pode ser utilizada por mais de 200 dias, o que reduz o custo com a compra do produto comercial.


Após o despencamento dos cachos, recomenda-se a prévia lavagem das pencas em tanque contendo solução de detergente doméstico a 1% (1 litro para 100 litros de água). Esta prática dispensa o uso de espalhante adesivo na solução de etefon, além de remover o látex (“leite”) que escorre sobre as bananas após o corte das pencas, o qual causa lesões na casca que se manifestam como manchas escuras no fruto maduro. A lavagem com detergente também reduz a ocorrência de doenças. Durante a lavagem, aproveita-se para remover os restos florais da extremidades dos frutos.


Após a lavagem, as pencas inteiras ou em buquês são submersas na solução de etefon por cinco minutos. O recipiente deve ser cheio com a solução de etefon somente até 2/3 da sua capacidade, por exemplo, 700 litros de solução para um tanque de mil litros.

Quando se usa caixas de papelão, o acondicionamento das bananas é efetuado após a submersão na solução e evaporação da mesma, para evitar perda de resistência das caixas ao empilhamento. Para facilitar a operação, o tratamento é efetuado no próprio galpão de maturação, quando não se utiliza câmaras frigoríficas com controle de temperatura e umidade do ar. As pencas ou buquês da camada superior tendem a flutuar. Assim, para assegurar a uniformidade do tratamento, deve-se utilizar tampa com a superfície inferior revestida com espuma sintética para manter todas as pencas ou buquês totalmente submersos na solução.


Para o tanque de alvenaria, utiliza-se uma tampa de madeira com dobradiças e, para o tanque de fibra ou plástico e o tonel, usam-se as próprias tampas. A solução destinada à reutilização deve ser armazenada no próprio recipiente de tratamento, mantendo-o tampado para evitar perda de solução por evaporação. Apesar de a casca da banana absorver apenas pequena quantidade de solução, durante os tratamentos sempre ocorre perda da mesma quando as pencas ou caixas são removidas do recipiente.

Quando o nível não mais cobrir todas as bananas, pode-se completar o volume com solução recém-preparada na mesma concentração da anterior ou reduzir o número de pencas. No caso de se completar a solução, o descarte da mesma deve ser efetuado 208 dias após o preparo da solução anterior.


O tempo para obtenção de bananas uniformemente maduras depende da temperatura e da cultivar.




Valdique Martins Medina

Engenheiro agrônomo

medina@cnpmf.embrapa.br

Caixa Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas (BA)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

ALPORQUIA

Alporquia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Alporquia, também chamado de alporque, é um método de reprodução assexuada de plantas, provocando a formação de raízes adventícias num ramo de uma planta já enraizada.1

O Método

Este método consiste em estimular o crescimento de raízes em um ramo ou no caule principal de uma planta envolvendo um pedaço de um ramo por terra ou musgo em um pedaço de plástico ou pano umedecido. Após algum tempo, formam-se as raízes, e o ramo pode ser destacado para ser plantado. Para que o método seja efetivo é necessário interromper o fluxo descendente da seiva, mediante retirada prévia de um anel da casca da planta (anel de Malpighi) ou colocando um anel de arame metálico no local desejado para as futuras raízes (vulgarmente chamado de "forca"). O processo pode ser acelerado com a ajuda de hormônios ou pró-hormônios enraizantes tais como Ácido Indol-butírico (IBA) ou com Cloridrato de Tiamina.
Em Larga escala, o método é de alto custo com baixo rendimento comparado com a estaquia.

LICHIA


07/12/2012 06h56 - Atualizado em 07/12/2012 06h56

Preço de comercialização da lichia agrada produtores da fruta de MG

Fruta é bastante consumida nesta época de festas de final de ano.
Minas Gerais responde por 14% da produção nacional de lichia.

Do Globo Rural
3 comentários
Agricultores de Minas Gerais começaram a colheita da lichia, fruta bastante consumida nesta época por causa das festas de fim de ano que se adaptou bem à região. O produtor considera compensador o preço de comercialização.
O agricultor Renato Souza, que cultiva lichia há mais de 13 anos no sítio em Matias Barbosa, na Zona da Mata mineira, semeou a fruta para diversificar o pomar. Essa foi uma boa aposta. O trabalho é só com a colheita que acontece entre dezembro e início de janeiro. Os 250 pés chegam a produzir 12 mil quilos da fruta. Cada planta rende uma média de 40 a 50 quilos de lichia.
Segundo a engenheira agrônoma da Emater, Ana Paula Mares Guia, a lichia é cultivada na região pela rusticidade e por não exigir muitos cuidados durante o manejo nem o uso de agrotóxicos. Isso faz com que a fruta tenha um baixo custo de produção.
De acordo com os produtores rurais do município, a lichia começou a amadurecer um mês mais cedo, o acabou se transformando em uma grande vantagem. Nessa época que antecede o Natal o fruto é bastante procurado. Com isso, o preço de venda do quilo está quase o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. O quilo da fruta custa uma média de R$ 8 e é vendido para mercados da região.
O agricultor Sebastião Malatesta, que plantou o primeiro pé há 15 anos, tem mais 30 pés espalhados pelo sítio que chega a produzir dois mil quilos nessa época.
Minas Gerais responde por 14% da produção nacional de lichia. Fica atrás apenas do estado de São Paulo.
 

domingo, 2 de junho de 2013

SOBRA DA BANANA É ADUBO

Sobra da banana funciona como um adubo

Os restos da bananeira são os resíduos deixados no bananal depois que a planta foi cortada. São folhas, pseudocaules, rizomas, materiais muito ricos em nutrientes, segundo a pesquisadora, que são justamente o que a planta precisa.
A bananeira é uma planta muito exigente com o solo, precisa de muitos nutrientes e é sensível à falta deles. Por outro lado, a própria bananeira faz o processo inverso e acaba devolvendo estes nutrientes ao solo com os seus restos após a colheita, que representam cerca de um terço da massa total.

O produtor que souber manejar estes restos pode diminuir consideravelmente os gastos com fertilizantes. Para isto, é preciso a ajuda de um agrônomo, assim como para o melhor planejamento de todos os cuidados que envolvem a implantação do bananal, como análise do solo e escolha das cultivares.

- O bananicultor tem que encarar o bananal como uma empresa e o planejamento é a chave do sucesso. Antes de pensar em plantar um bananal, o certo seria o produtor procurar a ajuda de um agrônomo, alguém que conheça a região onde ele está, que vai orientá-lo em relação ao solo, se é adequado para a bananicultura, qual o ponto da propriedade mais adequado para o plantio e qual é a melhor variedade para ele.

Aí ele tem que ir atrás das mudas, geralmente adquiridas de laboratório, que têm que ser encomendadas com sete meses de antecedência. Para preparar a área, ele tem que fazer uma boa análise de solo, saber que tipo de correção química vai ser utilizada.

Ele só não pode correr o risco de deixar para procurar um agrônomo depois que o bananal já estiver implantado, porque aí tem muitas coisas que não dá mais para voltar atrás, como a correção do solo, alerta a pesquisadora Maria Geralda Vilela Rodrigues, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Os restos da bananeira são os resíduos deixados no bananal depois que a planta foi cortada. São folhas, pseudocaules, rizomas, materiais muito ricos em nutrientes, segundo a pesquisadora, que são justamente o que a planta precisa. Os tratos culturais também podem ajudar muito na diminuição de custos.

Com o planejamento certo e a ajuda de um especialista o produtor não corre tantos riscos de se surpreender ao longo da planta e pode reduzir, muitas vezes, o impacto de pragas e doenças no bananal. A pesquisadora Maria Geralda explica que os tratos culturais do bananal vão desde antes do plantio até a colheita.

- Os tratos com a cultura vão desde amostragens de solo, de folha, para manejo de nutrição e fertilidade do solo, manejo de irrigação e planejamento de um bom sistema de irrigação (caso o bananal seja irrigado). O manejo do bananal em si começa pela capina e a adubação.

Os tratos mais fundamentais da planta são o desbaste, que é a retirada dos brotos que não são de interesse, a seleção da planta filha, que são os brotos que vão dar origem na sequência da família de bananeiras e a desfolha do bananal.

A partir da floração, entra o manejo do cacho e monitoramento de pragas e doenças, que deve ser bem feito para diminuir riscos, explica.


Fonte: A Hora - Ribeirão Preto
Publicada: 28/04/2010
 http://www.abanorte.com.br/noticias/noticias-principal/sobra-da-banana-funciona-como-um-adubo/

DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL DO BANANAL

Adubação adequada garante bananeiras bem nutridas e saudáveis

O ressecamento e o amarelado nas folhas indicam deficiência nutricional. Agrônomo indica análise de solo em pomares comerciais e adubação orgânica em particulares.

Do Globo Rural
Em Cruz das Almas, na Bahia, o agrônomo da Embrapa, Zílton Cordeiro responde à dúvida do telespectador Roberto Pinto. As folhas das bananeiras que ele cultiva em Oiapoque, no Amapá ficam amarelas e acabam secando.
Segundo o especialista, estes sinais indicam deficiência nutricional. “Esse amarelo ouro que aparece nas folhas indica deficiência de potássio, por isso precisa adubar com frequência, adubo não se coloca só uma vez no ano”, alerta Zílton Cordeiro.
Em pomares comerciais o ideal é fazer uma análise de solo para saber qual adubo usar e as quantidades necessárias. Em pomares domésticos, Zílton recomenda uma boa adubação orgânica. “Para o adubo orgânico existe a opção de utilizar o esterco bovino, de cabra, ovelha, carneiro... Qualquer um destes pode usar na faixa de 15 litros por planta, pelo menos três vezes no ano. Tem ainda a opção de usar cama de frango, que é o adubo de galinha. Neste caso tenha o cuidado de usar no máximo 5 litros por planta. É importante que o esterco seja curtido, que passe por um período de envelhecimento, para que ele não fermente no pé da planta, porque ele aumenta a temperatura e pode até matar a planta”, explica.
O agrônomo faz outro alerta. Pelos sintomas é possível que a bananeira com as folhas secas e amareladas esteja enfrentando uma doença séria, mas comuns nos bananais, a sigatoka.
“Como o banal do agricultor fica no Amapá, certamente a sigatoka é a negra, que é a mais preocupante. Ela é uma doença que acontece na folha, mata as folhas rapidamente, por isso que a planta produz muito mal, ou às vezes não produz nada. Porque é na folha onde tudo se processa na planta, se não tem folha, não tem como dar frutos”, diz o agrônomo.
Para evitar a sigatoka-negra a recomendação da Embrapa é o cultivo de variedades resistentes à doença. “Existem várias, a Tap Meu é uma variedade rústica, ela produz mesmo em condições de fertilidade mais baixa, é resistente à sigatoka-negra e amarela. Além disso, ele poderia usar Preciosa, que é um tipo prata, a Pakovan Ken, a Fhia 18, que também são tipo prata, e são materiais que estão disponíveis hoje no mercado”, indica.
Fazendo uma boa adubação e escolhendo uma variedade resistente a chance da produção dar certo é de quase 100%. Para comprar as mudas de uma dessas variedades de banana, procure um bom viveiro em sua região.

ADUBAÇÃO DE BANANAL

Adubação

Nutrição, calagem e adubação
Exigências nutricionais
O cultivo da banana demanda grandes quantidades de nutrientes para manter um bom desenvolvimento e obtenção de altos rendimentos, pois produz bastante massa vegetativa e absorve e exporta elevada quantidade de nutrientes. O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos e necessários para o crescimento e produção da bananeira. Em ordem decrescente a bananeira absorve os seguintes nutrientes: macronutrientes: K > N > Ca > Mg > S > P; micronutrientes: Cl > Mn > Fe > Zn > B > Cu. Em média um bananal retira, por tonelada de frutos, 1,9 kg de N; 0,23 kg de P; 5,2 kg de K; 0,22 kg de Ca e 0,30 kg de Mg.
As quantidades de nutrientes que retornam ao solo (pseudocaules, folhas e rizomas) após a colheita, em um plantio de banana são consideráveis, podendo chegar a valores máximos aproximados de 170 kg de N/ha/ciclo, 9,6 kg de P/ha/ciclo, 311 kg de K/ha/ciclo, 126 kg de Ca/ha/ciclo, 187 kg de Mg/ha/ciclo e 21 kg de S/ha/ciclo, na época da colheita.
Sintomas de deficiências
Quando um nutriente está em deficiência, a planta expressa este desequilíbrio por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, por meio de alterações nas folhas, como coloração, tamanho e outras, uma vez que este é o órgão da planta em plena atividade fisiológica e química (Tabela 1). Além das folhas, alguns sintomas podem ocorrer também nos cachos e frutos (Tabela 2). Assim, pode-se avaliar o estado nutricional da bananeira visualmente.

Tabela 1. Sintomas visuais de deficiências de nutrientes em folhas da bananeira.
Nutrientes
Idade da folha
Sintomas no limbo
Sintomas adicionais
N
Todas as idades
Verde-claro uniforme.
Pecíolos róseos.
Cu
Todas as idades
-
Nervura principal se dobra.
Fe
Jovens
Folhas amarelas, quase brancas.
-
S
Jovens
Folhas, inclusive nervuras, tornam-se verde-pálidas a amarelas.
Engrossamento das nervuras secundárias.
B
Jovens
Listras perpendiculares às nervuras secundárias.
Folhas deformadas (limbos incompletos).
Zn
Jovens
Faixas amareladas ao longo das nervuras secundárias.
Pigmentação avermelhada na face inferior das folhas jovens.
Ca
Jovens
Clorose nos bordos.
Engrossamento das nervuras secundárias; clorose marginal descontínua e em forma de "dentes de serra"; diminuição do tamanho da folha.
Mn
Medianas
Limbo com clorose em forma de pente nos bordos.
Ocorrência do fungo Deightoniella torulosa, que pode contaminar os frutos.
P
Velhas
Clorose marginal em forma de "dentes de serra".
Pecíolo se quebra; folhas jovens com coloração verde-escura tendendo a azulada.
Mg
Velhas
Clorose da parte interna do limbo; nervura central e bordos permanecem verdes.
Descolamento das bainhas.
K
Velhas
Clorose amarelo-alaranjada e necroses nos bordos.
Limbo se dobra na ponta da folha, com aspecto encarquilhado e seco.

Tabela 2. Sintomas de deficiências de nutrientes nos cachos e frutos da bananeira.
Nutrientes
Sintomas
N
Cachos raquíticos, menor número de pencas.
P
Frutos com menor teor de açúcar.
K
Cachos raquíticos, frutos pequenos e finos, maturação irregular, polpa pouco saborosa.
Ca
Maturação irregular, frutos verdes junto com maduros, podridão dos frutos, pouco aroma e pouco açúcar. A sua falta pode ser uma das causas do empedramento da banana ‘Maçã’.
Mg
Cacho raquítico e deformado, maturação irregular, polpa mole, viscosa e de sabor desagradável, apodrecimento rápido do fruto.
S
Cachos pequenos.
B
Deformações do cacho, poucos frutos e atrofiados. A sua falta pode levar ao empedramento da banana ‘Maçã’.
Fe
Pencas anormais, frutos curtos.
Zn
Frutos tortos e pequenos, com ponta em forma de mamilo (Cavendish) e de cor verde-pálida.
No entanto, a diagnose visual é apenas uma das ferramentas para estabelecer as deficiências nutricionais em bananeira, devendo ser complementada pelas análises químicas de solos e folhas, que confirmarão ou não a deficiência nutricional. Segundo a norma internacional, a folha amostrada para análise química é a terceira a contar do ápice, com a inflorescência no estádio de todas as pencas femininas descobertas (sem brácteas) e não mais de três pencas de flores masculinas. Coleta-se 10 a 25 cm da parte interna mediana do limbo, eliminando-se a nervura central. Este material deve ser acondicionado em saco de papel e encaminhado para análise o mais rápido possível.

Recomendações de calagem e adubação
Pela análise química do solo é possível determinar os teores de nutrientes nele existentes e assim recomendar as quantidades de calcário e de adubo que devem ser aplicadas. Com a aplicação adequada de fertilizantes, espera-se aumento mínimo de 50% na produtividade.
Para análise química do solo, retirar 15 a 20 subamostras por área homogênea, nas profundidades de 0-20 cm e, se possível, de 20-40 cm, misturar bem, formar uma amostra composta para cada profundidade e encaminhar para o laboratório, com antecedência de 60 dias do plantio. De posse do resultado, poderão ser realizadas as recomendações de calagem e adubação.
Calagem
Caso o laboratório não envie a recomendação de calagem, esta pode ser calculada baseando-se na elevação da saturação por bases para 70%, quando esta for inferior a 60%, segundo a fórmula:
onde:
V1 = saturação por bases atual do solo
CTC = capacidade de troca catiônica do solo (cmolc/dm3)
PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário.
A aplicação de calcário, quando recomendada, deve ser a primeira prática a ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, após a aração e incorporado por meio da gradagem. Caso não seja possível o uso da máquina, a incorporação pode ser efetuada na época da capina. Recomenda-se o uso do calcário dolomítico, que contém cálcio (Ca) e magnésio (Mg), evitando assim o desequilíbrio entre potássio (K) e Mg e, conseqüentemente, o surgimento do distúrbio fisiológico "azul da bananeira" (deficiência de Mg induzida pelo excesso de K). Considera-se equilibrada a relação K:Ca:Mg nas proporções de 0,5:3,5:1 a 0,3:2:1.
A presença de camadas subsuperficiais com baixos teores de Ca e/ou elevados teores de Al trocáveis leva ao menor aprofundamento do sistema radicular, refletindo em menor volume de solo explorado, ou seja, menos nutrientes e água disponíveis para a bananeira. O gesso agrícola (CaSO4.2H2O) pode ser recomendado para correção de camadas subsuperficiais, sugerindo-se aplicar a dose de 25% da necessidade de calagem (NC), para a melhoria do ambiente radicular das camadas abaixo da arável.
Adubação orgânica
É a melhor forma de fornecer nitrogênio no plantio, principalmente quando se utiliza mudas convencionais, pois as perdas são mínimas; além disso, estimula o desenvolvimento das raízes. Assim, deve ser usada na cova, na forma de esterco bovino de curral (10 a 15 litros/cova) ou esterco de galinha (3 a 5 litros/cova) ou torta de mamona (2 a 3 litros/cova) ou outros compostos disponíveis na região ou propriedade. Vale lembrar que o esterco deve estar bem curtido para ser utilizado. A cobertura do solo com resíduos vegetais de bananeiras (folhas e pseudocaules) pode ser uma alternativa viável para os pequenos produtores sem condições de adubar quimicamente seus plantios, pois aumenta os teores de nutrientes do solo, principalmente potássio (K) e cálcio (Ca), além de melhorar suas características físicas, químicas e biológicas.
Adubação fosfatada
A bananeira necessita de pequenas quantidades de fósforo (P), mas se não aplicado, prejudica o desenvolvimento do sistema radicular da planta e, conseqüentemente, afeta a produção. A quantidade total recomendada após análise do solo (40 a 120 kg de P2O5/ha) deve ser colocada na cova, no plantio. Pode ser aplicado sob as formas de superfosfato simples (18% P2O5), superfosfato triplo (45% P2O5), fosfato diamônico (DAP) (45% P2O5) e fosfato monoamônico (MAP) (48% P2O5). Anualmente deve ser repetida a aplicação, após nova análise química do solo. Solos com teores de P acima de 30 mg/dm3 (extrator de Mehlich) dispensam a adubação fosfatada.
Adubação nitrogenada
O nitrogênio (N) é um nutriente muito importante para o crescimento vegetativo da planta, recomendando-se de 160 a 400 kg de N mineral/ha/ano, dependendo da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio. Recomendam-se como adubos nitrogenados: uréia (45%N), sulfato de amônio (20% N), nitrato de cálcio (14% N) e nitrato de amônio (34%).
Adubação potássica 
O potássio (K) é considerado o nutriente mais importante para a produção de frutos de qualidade superior. A quantidade recomendada varia de 100 a 750 kg de K2O/ha dependendo do teor no solo. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, no 3o ou 4o mês após o plantio. Caso o teor de K no solo seja inferior a 59 mg/dm3, iniciar a aplicação aos 30 dias, juntamente com a primeira aplicação de N. Pode ser aplicado sob as formas de cloreto de potássio (60% K2O), sulfato de potássio (50% K2O) e nitrato de potássio (48% K2O). Solos com teores de K acima de 234 mg/dm3 dispensam a adubação potássica.
Adubação com micronutrientes
O boro (B) e o zinco (Zn) são os micronutrientes com maior freqüência de deficiência nas bananeiras. Como fonte, aplicar no plantio 50 g de FTE BR12 por cova. Para teores de B no solo inferiores a 0,2 mg/dm3 (extrator de água quente), deve-se aplicar 3,5 kg de B/ha e para teores de Zn no solo inferiores a 0,5 mg/dm3 (extrator de DTPA), recomenda-se 15 kg de Zn/ha.
Parcelamento das adubações
O parcelamento vai depender da textura e da CTC (capacidade de troca catiônica) do solo, bem como do regime de chuvas e do manejo adotado. Em solos arenosos e com baixa CTC deve-se parcelar semanalmente ou quinzenalmente. Em solos mais argilosos as adubações podem ser feitas mensalmente ou a cada dois meses, principalmente nas aplicações via solo.
Localização dos fertilizantes
As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto os adubos são distribuídos em meia-lua em frente à planta filha e neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova e ligeiramente incorporada ao solo. Em casos de plantios muito adensados e em terrenos planos, a adubação pode ser feita a lanço, nas ruas. Em plantios irrigados os fertilizantes podem ser aplicados via água de irrigação.